A barbárie virando rotina. Hoje, o sentimento de quem mora na Rua Clóvis Salgado, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, é de insegurança. Isso porque nove dos 15 prédios da rua foram furtados em menos de três meses. Alguns deles já foram invadidos mais de uma vez.
Imagens de câmeras de segurança da via mostram que a dinâmica é sempre a mesma. Dois jovens se aproximam do portão do prédio durante a madrugada, mexem na caixa de operação e conseguem abrir uma pequena parte do portão, por onde passam. Eles vão até o bicicletário, furtam uma ou duas bicicletas, liberam a saída e saem pedalando.
No último domingo, os mesmos criminosos agiram de forma diferente. Dessa vez, eles passaram de moto e um deles abordou com uma arma uma menina que estava entrando em um dos prédios.
“Sou morador do Recreio dos Bandeirantes. Estamos tendo muitos problemas com roubo e assalto a mão armada na região. Somos 15 condomínios na minha rua, 9 deles já foram roubados. Tudo acontece exatamente da mesma maneira. A minha vizinha foi roubada semana passada no meio da tarde. É um perigo”, disse o empresário Carlos Azevedo, que mora em um dos condomínios furtados.
Devido ao aumento do número de crimes, os moradores dos quinze condomínios da região criaram um grupo no WhatsApp. Através dele eles relatam as situações que acontecem na via e tentam se mobilizar para contratar uma equipe particular de seguranças para proteger a rua.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, na região do Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba, Camorim, Grumari, Vargem Grande e Vargem Pequena, o índice de furto de bicicletas subiu 39% entre janeiro e dezembro de 2021 na comparação com o mesmo período em 2022. Os registros de ocorrência também subiram 21% quando comparado o mesmo período.
Em nota, a Polícia Militar informou que policiamento foi intensificado na região e que o 31ºBPM prendeu 421 criminosos e apreendeu 156 menores infratores em 2022. Além disso, a “região recebe apoio do RAS (Regime Adicional de Serviço) e do Recreio Presente”.
*Sob supervisão de Christiano Pinho