Rio de Janeiro. Montevidéu. Lima. Guayaquil. Quatro cidades com características bem distintas. Na música, por exemplo, a primeira, pulsa ao som de tamborins. Os uruguaios dançam uma bela milonga, enquanto os peruanos festejam o carnaval ao ritmo do "Son de Los Diablos". Por fim, a cidade equatoriana baila ao som de salsa e merengue.
Diferenças na cultura, no modo de viver, ser e falar. Mas sempre há um ponto em comum: o futebol. E essas quatro cidades e seus povos são testemunhas oculares de uma história escrita e que se iniciou em 1981. Mais precisamente no dia 13 de novembro. À época, o maior estádio do mundo, o Maracanã ia ao delírio sob os olhares de quase 94 mil rubro-negros apaixonados. Era o primeiro capítulo escrito da história: 2 a 1 Flamengo em cima do Cobreloa. Gols do Rei… Zico.
10 dias mais tarde, 23 de novembro, Montevidéu. Terceiro jogo da final daquela edição de Libertadores. 30.000 apaixonados, entre uruguaios, brasileiros, chilenos e sul-americanos de modo geral. Privilegiados por testemunharam mais um capítulo. Parecia replay! De novo, dois gols do Rei.. Zico! E liberdade ao povo rubro-negro, que conquistaria a América pela primeira vez.
O segundo capítulo dessa saga de liberdade foi escrito em Lima, capital do Peru. 2019. Embora ninguém pudesse imaginar que ali surgiria o herdeiro do trono de Zico, o príncipe Gabriel Barbosa. Até porque, até aos 44 minutos do segundo tempo, o rubro-negro perdia para o poderoso River Plate-ARG por 1 a 0. Foi quando a luz do Rei Zico e quiçá, até de Simon Bolívar iluminaram a coroa do príncipe que viria a surgir e fazer história. Com dois gols em menos de 5 minutos, Gabriel Barbosa, o Gabigol, 38 anos depois, novamente libertou o povo rubro-negro e os concedeu a “Glória Eterna” novamente.
A parte 3 dessa história não demorou muito tempo para se repetir. É bem verdade que o final não foi tão feliz, como em 1981. Novamente Montevidéu, 40 anos depois da primeira conquista de Libertadores, ano de 2021. Mesmo palco onde o Rei se consagrou, o príncipe também teria essa chance. Ele marcou novamente em uma final de Libertadores. Mas dessa vez, não deu certo. Palmeiras 2 x 1 Flamengo. Não era o fim. De qualquer forma, os uruguaios novamente testemunharam a história.
O último capítulo dos ‘Libertadores da América’ chegou ao fim no último sábado (29), em Guayaquil, no Equador. E quis o destino, que novamente, o príncipe entrasse para a história. De novo ele: Gabriel Barbosa. Autor do gol do título de mais uma Glória Eterna para o Flamengo. Zico, Gabriel, Rei e príncipe. História escrita e reescrita com o passar do tempo. Os únicos a marcarem em final de Libertadores pelo time da Gávea. O Rei já pendurou as chuteiras e passou o bastão. O príncipe ainda terá novas chances de reescrever e iniciar mais um episódio dessa saga. A saga de libertar e deixar a América vermelha e preta novamente.
Zico e Gabigol marcaram, juntos, 8 gols em finais de Libertadores pelo Flamengo
Arte / Donos da Bola RJ