Número de internados por Covid-19 chega ao menor patamar desde o início da pandemia no Rio

O avanço da vacinação está diretamente ligado à essa redução

Thales Teixeira (Sob supervisão)

Rio registra o menor número de internações por Covid-19 em UTIs no ano
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Painel Covid-19 da Prefeitura do Rio, mostrou hoje o menor número de internações pela doença desde o início da pandemia na cidade. Na última atualização dos dados, no início da tarde desta quinta-feira (04), 116 pessoas estavam em unidades de saúde da capital, e não havia nenhuma pessoa esperando por um leito.

O cenário atual é de consolidação da queda dos indicadores, mas nem sempre foi assim. Até chegarmos aqui, muitas pessoas passaram por momentos complicados, alguns não conseguiram vencer a guerra contra a doença, enquanto outros, viveram a dúvida se conseguiriam sobreviver.

"Em março desse ano, eu e meu esposo tivemos Covid. A gente chegou a ficar internado, a gente passou por um momento muito difícil. Meu esposo ficou no oxigênio, durante o período que ele ficou internado, eu, graças a Deus, não necessitei do oxigênio. Nós tivemos quase 50% do pulmão comprometido. Foi um período muito longo foi um período de 20 dias sem dormir. A gente estava com medo muito grande de dormir e não acordar mais. A gente estava vendo na televisão as pessoas irem para o hospital e não voltarem mais com vida", relatou Angélica Carneiro, bancária de 32 anos, que sobreviveu à Covid.

Em março, quando Angélica e o marido precisaram se internar para se tratar da doença, mais de mil pessoas estavam na mesma situação, em leitos de UTI e enfermaria da rede pública, com muitos esperando a liberação de uma vaga. Dados que hoje, estão cada vez menores, e representam menos de 2% das internações em toda a rede SUS na capital fluminense. Outro dado que chama a atenção vem do Painel de controle do Coronavírus do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que mostra um total de 8 óbitos confirmados em decorrência da doença, nas últimas 24 horas.

"O cenário da Covid hoje no Estado do Rio de Janeiro, é um cenário de consolidação da queda dos indicadores, tanto epidemiológicos, como o número de casos, número de casos graves e óbitos, quanto assistenciais, no que diz respeito ao número de solicitações de vagas de internação e taxa de ocupação. A taxa de positividade de exames também vem caindo de forma significativa. Já chegou a quase 50% e hoje está inferior a 10%.

Obviamente, esse avanço tanto na questão assistencial como epidemiológica se deve ao avanço da cobertura vacinal que a gente tem observado no país e principalmente aqui no estado do Rio de Janeiro", afirmou o Secretário Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.

Não é por acaso que o número de internados está em queda. Conforme a vacinação avançou e vem avançando, os números de internações por Covid vem diminuindo na mesma velocidade. Só para se ter uma ideia, 10% do total de doses de reforço aplicadas nas principais capitais do país, foram em moradores da capital fluminense. No hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento da doença, 19 dos 26 pacientes internados com Covid-19, não tomaram sequer a primeira dose da vacina. O avanço da vacinação permite que os hospitais voltem a receber pacientes com outras doenças.

"Quando nós vamos falar dessa queda progressiva do número de leitos de Covid, a gente tem que tocar em dois pontos principais e importantes: A eficácia da imunização, considerando que o município do Rio, é um dos que mais aplicou segunda dose e é o que mais aplicou dose de reforço, até agora. Essa medida, com certeza contribuiu para a redução da circulação dos vírus aqui no município. E outro ponto é que a gente sabe que existe uma demanda reprimida por leito de CTI que é crônica e no momento em que você tem uma redução da internação de pacientes por Covid, você abre leitos de CTI geral podendo retomar o tratamento de doentes crônicos, que se agravam, podendo reprogramar cirurgias eletivas que precisam de pós-operatório em CTI. Então essa queda de número é importante para o próprio Covid, para a gente ter certeza dessa redução, mas também é importante para a gente retomar os tratamentos que ficaram em um momento relegados a segundo plano, mas que são importantes e fundamentais para a saúde da população em geral", explicou o infectologista, Jose Pozza.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.