Cerca de mil agentes das Polícias Civil e Militar foram às ruas nesta segunda-feira (9) para uma megaoperação contra o Comando Vermelho. As equipes contaram com a ajuda de novos equipamento tecnológicos, como drones com câmeras que fazem mapeamento de áreas em 3D e com zoom de longo alcance.
As imagens são enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Além deles, quatro aeronaves e dez blindados foram usados na ação, com foco no Complexo da Maré, na Vila Cruzeiro e na Cidade de Deus. O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão contra criminosos da facção do tráfico CV. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão Ao todo foram nove presos, sendo três em flagrante.
De acordo com o governador Cláudio Castro, fortalecer o setor de inteligência é fundamental para que o Governo do Estado retome territórios que estão sob domínio de traficantes. Por isso, as tecnologias são ferramentas importantes para o sucesso das ações dos agentes de segurança.
"Estamos realizando a maior operação com uso de tecnologia, aliado à inteligência e investigação. Esse é só o começo e não iremos recuar nenhum milímetro sequer e iremos continuar. Vamos devolver o território do Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus aos seus verdadeiros donos, que são os moradores", disse o governador Cláudio Castro.
Além das operações das forças policiais, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) agiu em Bangu 3 e Bangu 4, no Complexo Penitenciártio de Gericinó, com o obejtivo de desarticular os comandos das facções, que estão presos. Os agentes instalaram novos bloqueadores telefônicos nessas unidades.
A ação contou com a parceria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que contribuiu com aparelhos tecnológicos capazes de identificar e deixar inativos celulares. Os equipamentos foram utilizados por inspetores da Polícia Penal do Rio de Janeiro e policiais penais federais.
"A Seap hoje está colocando Bangu 3 e 4 em "modo avião". Em operação integrada com as demais forças de segurança do estado e a Senappen, a Polícia Penal está trabalhando para desarticular a comunicação entre lideranças criminosas e as facções que atuam nas áreas que estão sendo foco das operações desta segunda. Por meio de um conjunto de ações de inteligência, o objetivo é mitigar a capacidade desses grupos de se reorganizar, contribuindo para a efetividade da operação", informa Maria Rosa Lo Duca Nebel, secretária estadual de Administração Penitenciária.
Na ação da Seap, 58 aparelhos telefônicos foram apreendidos, sendo 34 celulares em Bangu 3 e 24 em Bangu 4. Parte deles irá para perícia do Cellebrite, uma ferramenta israelense de inteligência que foi adquirida pelo Governo do Estado. Nos presídios, também foi encontrado 1kg de drogas.
- RESULTADO DAS OPERAÇÕES
As operações com apoio das novas tecnologias desmontaram um laboratório de refino de drogas e artefatos explosivos do tráfico, localizado no Parque União (Complexo da Maré). Também foi encontrado um local de armazenamento ilegal de medicamentos, drogas e material de preparo de drogas, na comunidade Nova Holanda.
Ainda foram apreendidos mais de 500 kg de droga na Maré e próximo a Vila Cruzeiro mais de 150 kg de pasta base de cocaína. O entorpecente encontrado na Penha estava com um policial militar, que foi preso em flagrante. Ele já vinha sendo monitorado por fazer o transporte da droga para traficantes. A Polícia Civil pediu um mandado de busca e apreensão contra ele.
Um fuzil 7.62, um simulacro, dezenas de carregadores e artefatos explosivos, diversos rádios comunicadores, centenas de cartuchos de munição de diversos calibres, além de 33 veículos roubados foram apreendidos. Todo o material foi enviado para a Cidade da Polícia.
Nove pessoas foram presas, sendo três em flagrante e seis por mandados de prisões ativos.
*Texto sob supervisão de Natashi Franco.