Um navio colidiu com a Ponte Rio-Niterói, no início da noite desta segunda-feira (14), por volta das 18h18. A estrutura, que liga os dois municípios, está fechada nos dois sentidos. Motoristas que passavam no local, no momento da colisão, registraram a batida.
Uma análise de integridade da estrutura da ponte está sendo feita. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, três rebocadores começaram a tentar resgatar a embarcação às 18h30. Cerca de uma hora depois da colisão, dois engenheiros foram levados por equipes da PRF para avaliar a estrutura na parte de cima da ponte, enquanto outros dois engenheiros foram de barco para avaliar a estrutura na parte de baixo. Aguardando a análise dos responsáveis para decisão sobre liberação.
Geraldo Portela, especialista em gestão de risco, afirma que a retirada da embarcação requer cuidado.
"Parece um (navio) porta contêineres. O fato é de que, em termos de segurança marítima, ele tem uma rota a ser cumprida e ele tem que ser conduzido por um profissional que conhece a entrada do porto do Rio de Janeiro", explicou ele.
Portela detalhou ainda sobre a possibilidade de danos causados à estrutura da Ponte Rio-Niterói.
"A Ponte Rio-Niterói, em seus pilares, é provida de proteções. São outros pilares que ficam ao redor do pilar que sustenta a ponte, justamente para minimizar os efeitos desse tipo de colisão. Porém a massa é muito grande do navio e não se sabe se houve um dano que possa ter alcançado o próprio pilar", acrescentou ele.
TRÂNSITO
Por conta da colisão, o trânsito no entorno da ponte sofre com os reflexos. No Centro de Niterói, a Avenida Jansen de Melo apresenta retenções.
Quem estava na Rio-Niterói em momentos próximos à colisão, teve que retornar.
A CCR Barcas informa que, caso a Ponte Rio-Niterói permaneça fechada, vai operar durante a madrugada na linha Arariboia (Rio-Niterói-Rio), com viagens de hora em hora, em ambos os sentidos. A Concessionária está preparada para atender o aumento de demanda, com a realização de viagens extras.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Em 2019, a equipe da Band Rio foi até a Baía de Guanabara e alertou sobre possíveis riscos do abandono de embarcações no local. Na época, nossa reportagem se deparou com barcos de pequeno e grande porte. Como o cargueiro que colidiu com a ponte que estava abandonado na região desde 2016.
Para navios maiores, as carcaças representam um perigo. E, dependendo de onde tiverem sido abandonadas, inviabilizam a navegação. Em conversa com o ambientalista Sérgio Ricardo, na época da reportagem, ele calculou que cerca de 100 a 150 embarcações estivessem abandonadas na Baía de Guanabara.
“A Baía de Guanabara ela recebe 90 toneladas de lixo flutuante por dia. Isso é um lixo náutico que está provocando o aumento do assoreamento na região. Esse lixo precisa ser retirado para segurança do meio ambiente do fundo da Baía de Guanabara e pode ser utilizado como sucata, através da reciclagem, ou para instalação de arrecifes artificiais”, explicou.