Mulher que divide apartamento com agressor de Victor Meyniel presta depoimento

Estudante de medicina teria acompanhado o início da briga.

Marcus Sadok e Gustavo Osório

Policiais da Delegacia de Copacabana ouviram a testemunha que teria presenciado o início da briga que terminou com a agressão ao influenciador e ator Victor Meyniel, em um prédio do bairro da Zona Sul. A mulher divide o apartamento com o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, que está preso preventivamente pelo crime. Ela prestou depoimento por mais de quatro horas, nesta quarta-feira (6).

Novas imagens de câmeras de segurança mostram a dinâmica da violência. O flagrante da discussão começa desde a saída de Victor Meyniel, de 26 anos, do elevador. 

O porteiro Gilmar José Agostini presenciou as agressões. O funcionário abre a porta do elevador onde a vítima estava. A briga se intensifica no corredor do prédio e se estende até a portaria, onde as agressões começaram. Depois de dezenas de socos no rosto do ator, Yuri deixa o local.

Gilmar não interferiu e ainda arrastou o ator, que estava ferido, para não atrapalhar a passagem na portaria.

A advogada Maíra Fernandes, que defende o influenciador, falou sobre a omissão do porteiro.

 “O porteiro quando vai em direção a ele, ele (Victor) acha que o porteiro vai prestar ajuda ainda que tardia, e o porteiro achou que o Victor ali no chão estava atrapalhando a portaria. Tira e arrasta o Victor dali e, em nenhum momento, ele prestou assistência, que ele poderia ter evitado esse crime, dessa forma e poderia ter ajudado o Victor", afirmou.

O caso aconteceu no último sábado (2). Após as agressões, Yuri ainda foi à academia, segundo a polícia.

O estudante de medicina responde pelos crimes de lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica, por alegar ser médico da Aeronáutica. 

A defesa do agressor afirmou que ele é casado com outro homem e ainda apresentou uma certidão de casamento. Mas o juiz que converteu a prisão em preventiva refutou o argumento, destacando que as agressões teriam começado quando Yuri se incomodou após a vítima questionar se ele era gay na frente do porteiro.

O porteiro foi autuado pelo crime de omissão de socorro. À polícia, ele disse que acionou o síndico do prédio durante a briga, mas não ajudou Victor diretamente pois não queria se “meter na vida dos outros”.