Morte de congolês é a terceira na orla da Barra da Tijuca em um mês

Mortes com sinais de agressão na orla da região acendem alerta na Polícia

Felipe de Moura (sob supervisão de Beatriz Duncan

Congolês é a terceira vítima de assassinato na orla da Barra em apenas um mês
Reprodução

A morte do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, é a terceira na orla da Barra, no intervalo de um mês, com sinais de agressão física. Um documento da Delegacia de Homicídios da capital, obtido pela Band, revela que nos dias 9 e 12 de janeiro duas pessoas foram encontradas mortas na mesma praia da da Zona Oeste. Ação contundente foi a causa das mortes segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML).

No último dia 9, um pescador encontrou um corpo boiando na água com as mãos amarradas. Já no dia 12, um outro corpo foi identificado na areia da praia. Uma testemunha afirma que um homem identificado como Márcio Ferreira de Jesus e outra pessoa, ainda não identificada, estavam a procura da vítima, momentos antes dela ser encontrada morta.

A polícia ainda apura se os três crimes estão relacionados.

Caso Moïse Kabagambe:

A Delegacia de Homicídios da capital continua a colher os depoimentos, nesta quinta-feira (03), do inquérito que apura o assassinato do congolês Moïse. O Policial Militar Alauir de Mattos Faria, conhecido como um dos responsáveis do quiosque vizinho do ‘Tropicália’, prestou depoimento na delegacia.

De acordo com a defesa do PM, por estar sempre no quiosque, Alauir acabou sendo reconhecido como dono. Viviane, irmã de Alauir, é a gerente do estabelecimento.

A Orla Rio, disse em nota que o quiosque “Biruta” foi entregue a Alauir “sem o consentimento da empresa”. O grupo informou ainda que “notificou o ex-operador algumas vezes por conta dessa e de outras irregularidades que estavam sendo cometidas, mas como o mesmo não as sanou, rescindiu o contrato e entrou com uma ação judicial para reintegração de posse”.

A Delegacia de Homicídios também quer saber a relação entre Moïse e o policial, já que segundo a família do congolês prestou serviços ao quiosque “Biruta”, gerenciado pelo PM. Um dos presos pelo assassinato de Moïse, Aleson Cristiano, também trabalhou no estabelecimento.

Em depoimento, os três presos, Fábio Pirineus, Aleson Cristiano e Brendon Alexander, negaram que tinham a intenção de matar o jovem e ainda alegaram que Moïse estaria alterado e bêbado no dia da morte e que ele teria ameaçado um funcionário do quiosque. A família do congolês disse que ele foi apenas cobrar as diárias em atraso pelo trabalho no quiosque.

Protesto pela morte de Moise

Na madrugada desta quinta, cerca de 50 jovens realizaram um ato em frente ao quiosque ‘Tropicália’, na orla da Barra da Tijuca. Eles cobravam justiça para Moïse e outras vítimas de racismo no Brasil.

Os manifestantes vestiram preto e ocuparam uma faixa da Avenida Lúcio Costa e chegaram a colocar fogo em pneus na via.

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