Moradores de Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio, se queixam de casos diários de roubos de veículos na região. Dados do Instituto de Segurança mostram que 73 casos de roubos de veículos foram registrados até abril deste ano pela Polícia Militar.
Os bandidos agem de forma sincronizada e, na maioria das vezes, da mesma maneira. Eles esperam os motoristas encostarem com o carro ou embicarem para entrar em alguma garagem e depois fazem a abordagem, levando o veículo e os pertences das vítimas.
“No último dia 19 eu fui buscar meu marido e minha filha no aeroporto. A gente parou aqui (rua em Laranjeiras) na frente e atravessou a rua, aí vieram dois bandidos armados, com armas em cima da gente, armas em cima da minha filha de 13 anos, em cima da minha cachorrinha. Levaram absolutamente tudo, levaram carro, bolsa, celulares, mala do meu marido que estava chegando de viagem. A gente está simplesmente em pânico, a gente não para mais aqui na rua de carro. Minhas filhas têm ordens expressas de não mais pegar carros de aplicativo”, disse uma moradora de Laranjeiras que foi vítima de roubo. Ela não quis se identificar.
Uma rotina de medo, pânico e desespero. Os moradores do bairro da Zona Sul estão se sentindo inseguros todos os dias. Uma outra moradora que não quis revelar a identidade falou sobre o cotidiano dela.
“A situação está muito complicada. Desde o primeiro carnaval vem uma onda de assaltos praticamente semanais. Uma onde assaltos a mão armada, inclusive, aonde rendem os moradores na porta das garagens. Está uma insegurança tremenda. Os moradores estão totalmente inseguros, entregues à bandidagem”.
O bairro é onde fica a sede do Governo do Estado. Mas nem a rua em frente ao Palácio Guanabara foi poupada pelos criminosos. Nessa quinta-feira (2), uma perseguição policial que começou com um roubo de carro resultou em tiroteio e os criminosos fugiriam. Depois, o veículo foi recuperado, mas os bandidos ainda estão soltos.
“Eu moro aqui há 42 anos e era um lugar tranquilo. Até pouco tempo, eu vinha da casa de amigos de madrugada. Nunca teve um problema. E agora virou um inferno. Outro dia estava na porta do banco e vi um assalto. Eu fiquei com medo de sair, é uma coisa terrível. Eu chego em casa 21 horas da fisioterapia e fico com medo. Você não sabe quando vai ser sua vez”, falou Cecília Jucá de Hollanda, aposentada e moradora do bairro.
Em nota, a Polícia Militar informou que “atua de forma ostensiva em Laranjeiras, distribuindo o efetivo estrategicamente de acordo com os registros de cada região”.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco