Médico equatoriano é preso por suspeita de cárcere privado de paciente

Ele teria tentado ocultar estado de saúde dela depois de procedimentos estéticos

Beatriz Duncan

O equatoriano Bolívar Guerrero Silva já havia sido preso em 2010
Reprodução

Um médico equatoriano foi preso nesta segunda-feira (18) suspeito de manter uma paciente em cárcere privado por dois meses, dentro de um hospital, depois dela fazer duas cirurgias plásticas com ele. Os procedimentos teriam dado errado, o que levou o homem a tentar ocultar o real estado de saúde dela.

A mulher de 36 anos, que não teve identidade revelada, passou por uma cirurgia no abdômen e por colocação de próteses nos seios. Pelo menos outras três intervenções tiveram que ser feitas para tentar corrigir o quadro dela.

Segundo a investigação, o médico cirurgião Bolívar Guerrero Silva seria sócio do Hospital Santa Branca, onde aconteceram as cirurgias.

Funcionários do hospital foram ouvidos hoje na Delegacia da Mulher e tiveram telefones confiscados pela investigação. O prontuário médico da paciente também foi apreendido.

Pelo menos outras quatro vítimas buscaram a delegacia para prestar queixa. Em uma publicação nas redes sociais, a equipe de Bolívar Guerrero Silva nega as acusações e alega que a paciente queria ser liberada antes do fim do tratamento. O objetivo dele seria prestar toda a assistência até que ela estivesse recuperada.

Bolívar já havia sido preso em 2010 acusado de integrar um grupo que comercializava e aplicava medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Duas liminares da justiça determinam que ela seja transferida imediatamente para outra unidade de saúde. O estado de saúde dela é muito grave.

Confira a nota publicada nas redes do médico na íntegra:

O dr. Bolívar foi prestar um depoimento na delegacia. Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado, ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele, porém ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento e ele como médico seria imprudente de liberá-la. Ele disse que poderia liberá-la se ela assinar-se a alta à revelia (documento ao qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que acontecer após sua liberação) e ela não quis assinar, ele disse que liberaria somente se ela assinasse. Como ela não assinou ele não liberava, pois o intuito dele é prestar toda assistência a paciente até ela estar recuperada.

Além disso, ela estava com um curativo especial para acelerar a cicatrização.

E esse curativo só pode ser manipulado por pessoas capacitadas com técnicas em enfermagem ou enfermeiros.

Em breve, o próprio doutor irá se explicar.

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