Maior tragédia da história de Petrópolis completa uma semana

Especialistas explicam porque choveu tanto e o que os moradores devem fazer a partir de agora

Felipe de Moura e Pedro Cardoni (sob supervisão de Beatriz Duncan)

Bombeiros e voluntários continuam na busca por desaparecidos Fernando Frazão/Agência Brasil
Bombeiros e voluntários continuam na busca por desaparecidos
Fernando Frazão/Agência Brasil

As fortes chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, já deixaram 185 óbitos, cerca de mil desabrigados e mais de 80 desaparecidos. As buscas continuam por pessoas que possam estar soterradas.

O QUE ACONTECEU?

Na noite da última terça (15) choveu cerca de 259 milímetros, em um período de seis horas, uma média maior do que a prevista para o mês inteiro. O temporal causou deslizamentos, enchentes e alagamentos por toda a cidade. Mesmo rara, essa quantidade de chuva em pouco tempo tem explicação.

“Essa chuva foi associada com a passagem de uma frente fria pelo oceano, junto com uma forte fonte de calor, ligada ao centro urbano de Petrópolis, e a própria orografia (geografia de relevos)”, comenta o meteorologista Marcio Cataldi.

BUSCAS CONTINUAM

Desde ontem (21), as equipes utilizam máquinas mais pesadas, como retroescavadeiras, para localizar os desaparecidos. As buscas podem ser paralisadas a qualquer momento por conta da chuva que ainda cai na cidade. A previsão é que ainda chova forte na região nos próximos dias, principalmente na parte da tarde.

O QUE FAZER AGORA? 

Neste momento, a cidade está parada: ruas interditadas, comércio fechado, falta de energia e até mesmo a vacinação contra a Covid-19 suspensa.

Especialistas orientam moradores a evacuarem Petrópolis.

“A melhor coisa é esvaziar a cidade porque assim você vai deixar as equipes com mais mobilidades e recursos de energia, água, comunicação, desafoga tudo. Aqueles que não podem deixar a cidade devem procurar os abrigos da Prefeitura. As autoridades deveriam estar capitaneando esse processo informando dessa necessidade, orientando e disponibilizando veículos”, explica o especialista em gerenciamento de risco, Geraldo Portela.

REDE DE SOLIDARIEDADE

Doações de todo o país estão ajudando os moradores de Petrópolis.

Dentre os principais itens recolhidos estão: colchonetes, água mineral, alimentos não-perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas de cama, roupas infantis e de adultos, máscaras, álcool em gel e produtos de limpeza.

A TV Band também se juntou à Central Única das Favelas (CUFA) e a Frente Nacional Antirracista (FNA) para uma campanha de doações para ajudar as pessoas afetadas pelo temporal.