Ana Maria da Costa, mãe de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, reconheceu o corpo do jovem na manhã desta terça-feira (23), por meio de uma tatuagem. Ele foi encontrado sem vida nesta segunda-feira (22), no Rio Capenga, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O rio é apontado como um ponto de desova de cadáveres da milícia que atua na Baixada.
Na tarde de hoje, mais um corpo foi encontrado na mesma região e será encaminhado para identificação no Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Nova Iguaçu.
As famílias dos desaparecidos foram chamadas na manhã de hoje para fazer o reconhecimento no Instituto Médico-Legal (IML) do município.
Matheus era um dos quatro jovens que desapareceram depois de embarcarem em um carro de aplicativo no último dia 12. O corpo foi localizado por agentes do Corpo dos Bombeiros e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) durante as buscas pelas vítimas.
Os jovens foram levados por homens fortemente armados e encapuzados, no bairro Valverde, quando seguiam para um shopping da Baixada. As vítimas que seguem desaparecidas são Douglas de Paula Pamplona, de 22; Adriel Andrade Bastos, de 24, e Jhonatan Alef Gomes, de 28.
Desde a sexta-feira passada, quando o desaparecimento completou uma semana, mergulhadores do Corpo de Bombeiros e policiais civis passaram a procurar pelos jovens no Rio Guandu.
A suspeita é a de que os rapazes tenham sido executados por milicianos em um sítio do município, alvo de uma operação da Polícia Civil no sábado. Quatro criminosos morreram em confronto. Dois deles, conhecidos como Delsinho e Fofo, são apontados como suspeitos de envolvimento no sequestro e possível assassinato do grupo de amigos.
RELEMBRE O CASO
Os quatro amigos desapareceram depois de pedirem um carro de aplicativo com destino a um shopping. No meio do caminho, o veículo foi abordado por criminosos armados e os jovens foram levados nos porta-malas dos carros dos bandidos.
Em depoimento, o motorista do carro de aplicativo afirmou que também foi feito de refém pelos criminosos e só foi liberado por se tratar de um trabalhador. Ele afirma que foi obrigado a seguir os criminosos e foi liberado em um bairro de Nova Iguaçu. Outra testemunha também teve um depoimento parecido que corrobora com a história.
"Eles saíram para se reunir, são amigos de infância. Eles foram interceptados por homens de preto com fuzis, tiraram eles de dentro do carro, colocaram no chão e levaram eles", relatou Matheus Costa da Silva, pai do Matheus.
*Sob supervisão de Natashi Franco