Victor Schnellrath, um jovem de 29 anos, viveu o momento que mais esperava por toda vida em um dos momentos mais difíceis de sua jornada.
Após conviver com uma cardiopatia grave desde os 10 anos de idade, Victor realizou, no último dia 10, o transplante do órgão depois de dois anos aguardando na fila. A mãe morreu com a mesma doença em 2013, e quando o paciente estava prestes a receber o novo coração, o pai faleceu com uma infecção grave no abdômen.
"Ela teve infecção hospitalar, vamos dizer assim. E aí o coração, por ter deficiência, não conseguiu bombear o remédio", conta o engenheiro de informação.
Para que o estado mental abalado não prejudicasse o sucesso do transplante, o paciente precisou ter uma equipe multidisciplinar com psicólogos, rede de apoio de parentes, enfermeiros e nutricionistas. Ele teve alta no fim de outubro e segue em recuperação.
"O pessoal brinca que o meu pai foi, para negociar com Deus o meu coração", diz o bem humurado Victor.
A equipe responsável pelo transplante é de um hospital na zona sul do Rio de Janeiro. A médica Jaqueline Miranda, coordenadora de transplantes do Hospital Copa Star, afirmou que a história de Victor precisou de muito cuidado da equipe médica.
"A gente faz um cálculo, mais ou menos, de que aquele indivíduo tem uma sobrevida, em um ano, pequena. Ou seja: a chance dele evoluir mal naquele ano é grande. Quando isso acontece, a gente pensa em colocar alguém na fila", explica a médica.
O órgão doado para Victor saiu de um jovem da mesma idade. O Brasil atualmente é o País com o maior sistema público do mundo, com uma estrutura, gerenciada pelo Ministério da Saúde, que assegura que 90% das cirurgias atendam à rede pública. De janeiro a junho deste ano foram realizadas 208 cirurgias de transplante de coração, um número 20% maior em comparação ao mesmo período do ano passado.
Confira a reportagem completa no vídeo acima.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.