Justiça define guarda compartilhada de filha de homem que agrediu criança

Antes, a criança estava sob cuidados da avó paterna, mãe de Victor Possobom.

Felipe de Moura*

Mãe e filha voltaram a se ver depois de dois meses.
TV Band

A Justiça do Rio definiu, nesta segunda-feira (19), pela guarda compartilhada da filha do casal Victor Possobom, e a mãe Jéssica Jordão. A disputa da guarda era entre a avó paterna e Jéssica.

O homem, que se entregou à polícia na última sexta, foi preso por ter batido e sufocado o ex-enteado, de apenas 4 anos, em fevereiro desse ano em Icaraí, Niterói.

A audiência começou às 14 horas em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e terminou por volta das 17h30. A criança vai ficar com a mãe de sexta-feira, às 14h, até segunda-feira, às 14h, e ficará com a avó paterna de segunda-feira após às 14h, até sexta-feira às 14h.

Ainda não foi feito o estudo psicossocial de onde a mãe da menina mora, portanto, será feito um estudo social para verificar se Jéssica mora em local extremamente seguro e apropriado para a menor. Com isso, há a possibilidade da Jéssica ter a guarda definitiva.

A Justiça proibiu qualquer contato entre Possobom e a filha, de 1 ano. O homem está no presído Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A defesa já entrou com um pedido de habeas corpus e afirma que o rapaz sofre de transtornos psiquiátricos.

Depois de mais de dois meses, Jéssica e a filha conseguiram passar o fim de semana juntas. Antes foragido, Victor Possobom estava com a filha do casal. Segundo a mãe da menina, ela não via a filha desde que tinha saído da casa de Victor.

“Ela logo abriu o sorrisão quando me viu. Me deu um abraço, ficou abraçada comigo, ficou com os olhos cheios de lágrima. A gente ficou agarradinhas a tarde inteira”, comentou Jéssica

JUSTIÇA MANTÉM PRISÃO PREVENTIVA

A prisão preventiva do lutador Victor Arthur Possobom foi confirmada pela Justiça neste domingo (18), em audiência de custódia, pelo juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese.

A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) diz que Possobom foi flagrado, em fevereiro deste ano, pelas câmeras de segurança de um condomínio no bairro de Icaraí, no hall do prédio e dentro do elevador, causando à criança “intenso e desnecessário sofrimento físico e mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.

Há relatos de emprego de violência “mediante socos e sessões de sufocamento, inclusive prensando a cabeça do menor contra a parede do elevador”. Segundo o MPRJ, a mãe do menor relatou ter sofrido um aborto por causa de agressões praticadas por Victor e que havia engravidado em decorrência de abuso sexual.

RELEMBRE O CASO

Victor foi registrado por câmeras de segurança empurrando e sufocando o enteado, de apenas quatro anos. O vídeo foi gravado em fevereiro, em um prédio em Icaraí, em Niterói. O síndico afirma ter entregue as imagens aos investigadores na época do crime. A Polícia Civil negou em nota, mas não foi atrás do agressor. Um inquérito só foi aberto nesta semana, sete meses depois da denúncia ganhar repercussão.

Em nota, a Polícia Civil disse, na semana passada, que "os agentes analisam as imagens registradas da agressão que, segundo a delegacia, não haviam sido entregues oficialmente à época do ocorrido, coletam depoimentos e realizam demais diligências para esclarecimento dos fatos."

Porém, ao contrário do que diz a polícia, a Band teve acesso a um e-mail enviado à Polícia Civil no dia 22 de fevereiro por funcionários do prédio onde aconteceram as agressões. O documento já continha as imagens e também relatos dos funcionários sobre a violência contra a criança.

"Eu procurei imediatamente a polícia, imediatamente. Agora que foi tomado a providência. Isso é uma vergonha. Mas o caso foi relatado logo no dia seguinte", comentou Leonardo Salgado dono da empresa que fazia as filmagens do condomínio em questão.

Além de Jéssica, Victor também tem histórico de violência contra a própria mãe e outras ex-namoradas. Jéssica relatou, à TV Band, os detalhes da relação abusiva entre ela e Victor. Ela conta que Victor agride ela há meses e que perdeu um bebê, ainda na barriga, por agressões do criminoso.

"Raramente eu saía (de casa), quando eu saía era sempre sozinha. Ele me restringia ´'total' de fala, com a minha família principalmente. Eu não conseguia ter contato com eles. Com as agressões, eu acabei perdendo o meu bebê. Ele me jogava no chão, já chegou a dar um chute na minha barriga", disse Jéssica.

*Sob supervisão de Natashi Franco

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