Julgamento de militares acontece 2 anos e meio depois da ação em Guadalupe

Foram 257 disparos contra o carro da família de Evaldo, 62 acertaram o veículo.

Rafaella Balieiro (sob supervisão)

Os militares estavam na região por conta de um roubo de carros no local
Reprodução/ Agência Pública

Dois anos e meio depois da morte do músico Evaldo Rosa e do catador de latinhas Luciano Machado, os doze militares acusados pela ação estiveram presentes no julgamento. Na ocasião, os agentes do Exército dispararam 257 vezes contra o carro em que família do músico estava. O pai de Evaldo, o filho e a esposa viram o músico morrer na hora.

O julgamento que aconteceu hoje já tinha sido prorrogado outras três vezes, os militares respondem em liberdade. No dia do crime, eles estavam de alerta no bairro de Guadalupe, na Zona Norte do Rio, depois de um carro ter sido roubado na região. Dos mais de 250 disparos, 62 atingiram o veículo que a família estava.

Luciano Machado passava no local da ação militar na hora disparos e foi ajudar Evaldo, mas também terminou morto. O Ministério Público Militar pediu a condenação por homicídio e tentativa de homicídios de oito dos doze militares acusados. Os outros quatro podem ser absolvidos a pedido do MPM.

Não ficou provado o confronto entre as vítimas e os militares e nenhuma arma foi encontrada dentro do carro de Evaldo Rosa. Por conta disso, o Ministério Público Militar afirmou que a versão dos militares afronta a dignidade das vítimas. A família pede por justiça. 

“A Justiça tem que ser digna, eu não posso dizer que estou aliviada com o pedido da condenação desses oitos militares. Eu só vou me sentir aliviada quando realmente o martelo for batido. Eu preciso ter fé e acreditar porque vivo numa tristeza profunda desde o dia que tudo aconteceu”, comentou Luciana Nogueira, esposa de Evaldo. 

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