Duas tentativas de assalto à mão armada aconteceram com a mesma pessoa, em um período de cinco dias, na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, na Zona Sul. A vítima é um servidor público que trabalha no bairro. Na quinta-feira passada (9), Alberto Sanches foi abordado por dois criminosos que estavam armados em uma moto e, nessa segunda-feira (13), foi surpreendido no meio da rua por um homem que portava um revólver.

O servidor conta que, no último dia 9, estava dirigindo seu carro, na esquina da rua Voluntários da Pátria com a São Clemente, quando dois homens, que estavam em uma moto, tentaram roubar o veículo. Ele tentou trancar as portas e vidros, o que assustou a dupla.

“Armados, apontaram o revólver para mim e falaram ‘perdeu, perdeu’ e eu fingi que não tinha entendido, pois meu vidro tem insulfilm. E aí eles passaram para o vidro da frente, repetindo com a arma para mim: ‘perdeu, perdeu’, e eu falei ‘perdi o quê?’. Ele passou para o lado do carro tentando entrar no meu veículo, eu fiz um travamento no carro e ele se assustou, recuou um pouco. Os dois indivíduos bateram em dois carros na rua São Clemente e fugiram”, ele conta.

Já nessa segunda-feira (13), um homem armado surpreendeu Alberto na saída do trabalho, pedindo sua pulseira e seu relógio. O crime foi registrado por câmeras de estabelecimentos da região. Pessoas que andavam pela rua se assustaram e começaram a correr.

A vítima conta que tentou mover a mão do assaltante para baixo, com medo de ser baleada. O criminoso tentou alcançar Alberto, mas não conseguiu.  

“Eu tive uma reação de tirar o revólver dele da altura da minha barriga, e aí corri para o lado e ele ainda correu atrás de mim com o revólver. Graças a Deus nada aconteceu, mas é algo inconcebível numa cidade como o Rio, acontecer esse tipo de coisa com o cidadão em plena Zona Sul”, lamenta o servidor público.

Segundo a Polícia Militar, não houve acionamento para a ocorrência do assalto registrado em vídeo.

Trinta casos de roubo a pedestre foram registrados no bairro de Botafogo em janeiro deste ano. Os dados são do Instituto de Segurança Pública do Rio, que também apontam que, em 2022, Botafogo, Urca e Humaitá tiveram mais de mil registros desse tipo de crime, o que equivale a um aumento de 25% se comparado ao ano de 2021.

“Isso é um baque que envolve toda a sociedade. A gente se sente totalmente frágil, e fazendo o nosso papel, que é contribuir pagando nossos impostos. E a gente está à mercê dos bandidos, nós vivemos na cidade do Rio de Janeiro e estamos à mercê dos bandidos”, Alberto reforça.

*Sob supervisão de Christiano Pinho