A juíza Maria da Conceição Privado, do Tribunal de Justiça do Maranhão, anunciou hoje (16) que a prisão de Eduardo Noronha, de 25 anos, foi convertida em liberdade provisória, com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Ele é acusado de sequestrar e manter em cárcere privado uma menina em São Luís do Maranhão. Ela foi encontrada na quarta-feira (15) e voltou para o Rio hoje (16), acompanhada da família, no Aeroporto do Galeão. A jovem ficou desaparecida por nove dias.
A menina conheceu o sequestrador há dois anos, por meio de vídeos que ele postava em redes sociais. Desde então, Eduardo manteve contato e estreitou a relação. O homem veio para o Rio de Janeiro de avião e levou ela para São Luís em um carro de aplicativo.
A jovem conta que passava o dia trancada na casa do homem, sem acesso à internet, enquanto ele trabalhava. Ela se aproveitou de um momento de desatenção do sequestrador e acessou a rede Wi-Fi de uma loja de roupas onde os dois estavam para pedir socorro à irmã.
A vítima foi encontrada em uma quitinete no Maranhão, a mais de três mil quilômetros de sua casa, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio.
Em depoimento, Eduardo afirmou que beijou a menina, mas negou ter feito qualquer ato sexual. A Polícia aguarda o exame de corpo de delito para confirmar a possibilidade de estupro. A delegada que investiga o caso no Rio, Ellen Souto, disse que o sequestrador fez um documento falso para a menina, que estava sem identidade.
“Ele teria feito um documento de identidade falsa para ela, com receio de ser abordado e estar acompanhado de uma menina de 12 anos de idade. Ela não estava com nenhum documento, ela não tem identidade. Tem apenas a certidão de nascimento e o CPF, que ficaram na casa dos seus pais”, confirma a delegada.
A conselheira tutelar Keila Bagarelli conversou com a adolescente que, apesar de estar assustada com a repercussão do caso, está bem.
“Dentro do limite de tudo que aconteceu ela está bem. A gente pode considerar que ela está bem nesse momento, mas, claro, está muito assustada com essa repercussão. Acredito que ela tenha vivido momentos de muito desespero e de medo, pela idade e por tudo que aconteceu. Mas é um milagre mesmo, ela ter cruzado dez estados brasileiros na companhia de um desconhecido e ter sido encontrada viva”, ela diz.
A Polícia tenta identificar a empresa de transporte, responsável por levar o homem e a vítima até o Nordeste. A viagem teria custado R$ 4.000,00, e os investigadores querem ouvir o motorista.
A defesa de Eduardo nega a existência de crime na relação entre os dois.
*Sob supervisão de Christiano Pinho