Um vigilante da Refinaria de Duque de Caxias morreu neste domingo (12) enquanto trabalhava. Leonardo Lopes da Silva, de 39 anos, foi vítima de disparos durante confronto com um assaltante que invadiu o local. A vítima chegou a ser atendida no Hospital Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias, mas não resistiu.
“Em torno de 14h ficamos sabendo por alto, não teve uma comunicação oficial, que teve o episódio [...] Aqui na Reduc nós, que somos operadores, estamos expostos a esses riscos [...] Não tem uma viatura policial no local e estamos aqui entregues à própria sorte. Você sai de casa e não sabe se volta”, disse o técnico de operações Carlos Eduardo Correia de Barros, funcionário da refinaria.
“Deixou a esposa, uma filha de oito anos. Ele era muito alegre, raramente triste, sempre rindo, tranquilo e sempre ativo. E mais uma vítima, uma estatística. [...] E mais uma família que ficou destruída, com uma mãe em choque que vai ter que enterrar seu filho”, contou o irmão de Leonardo, Cícero Aragão.
Tudo começou depois que um assaltante de ônibus fugiu e entrou na área externa da Reduc. No local, o criminoso fez um vigilante refém. Quando o suspeito tentou fugir, dois vigilantes iniciaram o confronto, entre eles, Leonardo – o único que ficou ferido. O criminoso ainda não foi encontrado.
A vítima foi encaminhada para o hospital ainda com vida, mas não sobreviveu aos ferimentos. A Polícia Militar foi acionada.
Nas redes sociais, familiares e amigos da vítima lamentam a tragédia.
RELEMBRE OUTROS CASOS
Em fevereiro de 2022, outro petroleiro também foi vítima na Reduc. Ele foi agredido na entrada do local.
Na metade do último ano, um carro com dois criminosos em fuga também invadiu a refinaria. Felizmente, ninguém ficou ferido.
“Eu mesmo já fui alvejado aqui na porta. Tive ferimentos, fiquei afastado mais de um mês, 10 dias internado, tive que fazer cirurgia. E a insegurança é a nossa rotina. Já presenciei aqui roubo de carga, roubo de carro, colegas taxistas já foram assaltados e a noite aqui é completamente ermo”, contou Carlos Eduardo “Já é algo corriqueiro. Vai acontecer de novo. Essa é a maior certeza que tem. Infelizmente, outro Leonardo pode ser alvejado”, concluiu o técnico.
Em nota, o Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias exigiu melhoria da segurança na Refinaria Duque de Caxias e afirmou que “a precarização chega na área industrial, na alimentação, no efetivo, dentre outras áreas, e na segurança corporativa”.
A Petrobras afirmou que, junto à empresa Veper – terceirizada contratada, a qual Leonardo era funcionário – vai prestar assistência à família da vítima.
A Polícia Militar vai investigar a ocorrência.
*Sob supervisão de Natashi Franco