Greve dos garis deixa ruas do Rio cheias de lixo

Moradores da cidade reclamam da sujeira

Felipe de Moura (sob supervisão de Natashi Franco)

Várias ruas da cidade estão repletas de lixo Divulgação
Várias ruas da cidade estão repletas de lixo
Divulgação

A greve dos garis da Comlurb causa efeitos em várias regiões do município do Rio nesta terça-feira (29). Ruas da cidade estão sujas de lixo e apresentam mau cheiro. Mesmo depois do Tribunal Regional do Trabalho ter considerado a paralisação ilegal nesta segunda-feira (28), a greve continua hoje (29).

“A situação no Centro do Rio hoje é a falta de garis limpando a rua e falta de coleta total. Nem gari limpando, nem caminhões recolhendo. Muito lixo espalhado, principalmente lixo de comércio que foi deixado à noite. A limpeza hoje está precária no Centro do Rio de Janeiro, que costuma ser muito bem feita. Por causa da greve deles as ruas estão sujas. A Rua 7 de Setembro, região da Largo Carioca e a Praça de Tiradentes são áreas que o lixo está bem espalhado”, comentou Nicodemos Gomes, coordenador de produção que circulava pela região hoje.

Na Tijuca, bairro da Zona Norte, o lixo está se acumulando na Rua Conde de Bonfim, próximo à Rua Major Ávila, e na altura da Praça Saens Peña.

“Está um caos. Eu vim pela Vila da Penha, peguei a Vicente de Carvalho, vi muito lixo pela rua. Cheguei até o Norte Shopping, a Avenida Dom Helder Câmera, tinha vários pontos com sacos de lixo espalhados e muitos sacos rasgados. É preciso uma solução rápida. O Rio de Janeiro está um lixo”, disse Rubem Maxx, motorista de aplicativo.

O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio do Rio (Siemaco-Rio) anunciou a greve na tarde de ontem (28). A categoria pede melhores condições de trabalho, com um reajuste de 25% nos salários e no tíquete alimentação, a conclusão do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e a implantação do Adicional de Insalubridade para os Agentes de Preparo de Alimentos (APAs).

“A gente está com uma adesão bem grande da categoria, praticamente 100% da categoria está parada, claro que mantendo os serviços essenciais em hospitais, escolas e limpeza de feiras livres. A coleta de rua que realmente fica prejudicada. A Comlurb ficou de rever uma nova proposta, então vamos ver. Estamos tentando fechar esse acordo e encerrar essa greve, mas no momento, o panorama da greve, é esse”, explicou Rodrigo Magalhães, advogado do Siemaco-RJ.

Os garis que ainda circulam pelas ruas recebem a escolta de viaturas da Guarda Municipal e da Polícia Militar para evitar repreensões de funcionários paralisados. Uma nova audiência está marcada para quinta-feira (31), com a previsão de que a Comlurb apresente uma nova proposta de aumento do salário.

Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, um plano de contingência foi posto em prática para evitar prejuízos à população e qualquer ação de impedimento ao trabalho dos garis pode gerar multa de R$ 200 mil ao Sindicato.

Em nota, a Comlurb disse que “atrasos pontuais inerentes a condição de greve estão sendo contornados pelas equipes operacionais. A Companhia, porém, pede a colaboração da população neste período para manter a cidade limpa, respeitando dia e horário da coleta e descartando corretamente o lixo. A Comlurb lembra que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) alertou para a necessidade de manter a rotina de trabalho, evitando qualquer ação que impeça os garis de trabalhar, com multa diária ao Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de R$ 200.000,00, além de configurar um crime contra a organização do trabalho”.

"Já temos um time terceirizado de coleta para não termos nenhum risco. A gente não viu nenhuma adesão à greve. A Comlurb tá funcionando relativamente normal, a não ser quando há violência. Ontem dois foram presos porque foram arrebentar cabo de caminhão, isso não é funcionário da Comlurb, isso é delinquente", disse o prefeito do Rio Eduardo Paes.