O Governo do Rio estuda a retirada das embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. A iniciativa de descomissionamento inclui os processos de remoção de estruturas e destinação adequada de materiais, resíduos e recuperação de áreas, dentro das normas ambientais.
De acordo com o estado, o assunto já estava no radar, mas ganhou ainda mais importância depois do acidente com um navio de carga São Luiz, que colidiu com a Ponte Rio-Niterói no dia 14 de novembro, interditando a via por mais de três horas.
O próximo passo é solicitar velocidade ao Poder Judiciário para a realização do leilão da embarcação, que, em seguida, vai ser completamente desativada, marcando o ponto de partida para solucionar o problema das dezenas de barcos abandonados na baía.
“A sugestão é que o descomissionamento do navio São Luiz pode ser uma vitória para abrir caminho. Isso inclui a remoção de estruturas, a destinação adequada de materiais e resíduos e a recuperação ambiental de áreas", comentou o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Cássio Coelho.
Um levantamento da UFF em parceria com a Prefeitura de Niterói e a Fundação Euclydes Cunha apontou que em agosto de 2021 tinham 61 embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. Em abril de 2022 um novo mapeamento feito por eles apontou que o número de embarcações abandonadas havia caído para 58.
Sendo a grande maioria de pequeno porte, feitas de aço ou madeira, os navios estão principalmente no canal de São Lourenço. Próximo ao terminal pesqueiro de Niterói é possível ver alguns cascos cortados, como praticamente canoas e algumas até com plantas surgindo em cima.
“O maior desafio disso é a aprovação do projeto de lei que está tramitando no congresso. A partir que a gente tiver isso aprovado, poderá ser feito uma licitação onde as empresas virão e poderão resolver esses problemas. É preciso que a justiça resolva isso com a velocidade, até a mesmo a população ribeirinha fica prejudica por conta da pesca”, disse o advogado Alessandro Jacob .
Em 10 de maio de 2012, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro instaurou procedimento administrativo a fim de apurar o abandono das embarcações e cascos nos canais no entorno da Ilha da Conceição, em Niterói, até a área de Desembarque Pesqueiro no bairro Gradim, em São Gonçalo, uma vez que constituíam perigo à segurança da navegação, bem como poderiam ocasionar danos a terceiros e ao meio ambiente. O documento relacionou 49 cascos/embarcações nessa situação, com as devidas coordenadas geográficas de cada um deles.
*Sob supervisão de Natashi Franco