Governador do Rio pede cancelamento do carnaval de rua em todo o Estado

Cláudio Castro apontou aumento no número de casos como motivo

Thales Teixeira (Sob supervisão de Natashi Franco)

Cláudio Castro apontou aumento no número de casos como motivo
Foto: Carlos Magno/Governo do Estado do Rio de Janeiro

Nesta sexta-feira (7), o governador do Rio, Cláudio Castro, encaminhou uma indicação ao Comitê Científico do Estado para que o carnaval de rua não seja liberado em todo o território fluminense. A decisão foi publicada numa rede social, onde ele afirmou que seria uma irresponsabilidade autorizar aglomerações, sem ter a possibilidade de seguir os protocolos sanitários, em um cenário de aumento de casos de Covid-19.

O governo informou, através de nota, que Castro aguarda o posicionamento dos especialistas. O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, por determinação do governador, deve dialogar com o conselho de secretários de saúde dos municípios para que as festas de carnaval sejam suspensas neste ano.

Em uma reunião do Comitê, também nesta sexta (7), foi sugerido pelo infectologista Roberto Medronho, a suspensão de todos os eventos que possam provocar aglomerações, como o próprio carnaval e jogos de futebol com presença de público. A sugestão foi discutida e deve ser levada para o Governo e para as Prefeituras.

“A recomendação que vai sair ao final é que a gente tenha a preocupação, em função da Ômicron, em evitar ao máximo aglomerações, seja em ambiente fechado, seja em ambiente aberto. E aí, ampliando para além do carnaval, na Marquês de Sapucaí ou em clubes, também para estádios de futebol, para shows. Temos que ter muita atenção nesse momento”, afirmou Medronho.

A ideia de Medronho não seria cancelar as festividades, mas adiá-las para o meio do ano, em uma tentativa de ter um cenário melhor em relação à Covid-19. Vale lembrar que em caso de um agravamento da situação, o contrato assinado entre a Prefeitura e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), prevê que os desfiles da Sapucaí sejam transferidos para o mês de junho.

A Riotur enviou uma recomendação à Liesa orientando que os ensaios das Escolas de Samba sejam suspensos ou não aconteçam em locais públicos e sim em locais fechados, onde pode haver um controle sanitário dos participantes, como, por exemplo, o comprovante de vacinação. A Liga informou as escolas devem realizar as ações nas quadras das agremiações e que pediu para elas reforcem a exigência do passaporte da vacina para acesso e permanência nos locais.

O prefeito Eduardo Paes, já tinha cancelado as festividades nas ruas da capital fluminense, na terça-feira (4). Organizadores de blocos que desfilam na cidade e representantes da Prefeitura teriam uma reunião hoje (7), para discutir alternativas para a realização das festas em parques fechados, mas o encontro foi adiado.

AUMENTO DOS CASOS DE COVID NO RIO

Em comparação com a última semana de dezembro, a capital fluminense teve um aumento de 6000% e vive uma explosão de casos de Covid. Dos testes positivos da doença no Rio, em 17 dias, a variante Ômicron representa 98,1% dos casos. A taxa de positividade atual é de 46%, quase metade das amostras.

“Vamos nos vacinar. Eu aproveito essa oportunidade e eu acho que todos nós, líderes políticos, temos que falar isso para a população. Eu aqui estou com o passaporte da vacinação, literalmente, dificultando a vida daqueles que não creem na ciência, daqueles que não creem na vacina, até para proteger os outros, porque o direito à vida está acima dessas liberdades de delirar”, afirmou o prefeito do Rio Eduardo Paes.

O Governo do Estado e a Prefeitura do Rio estão abrindo novos pontos de testagem de Covid-19. Esta ação foi motivada pelo aumento dos resultados positivos dos testes de detecção do coronavírus. Para mostrar esse aumento em números, em cada 100 exames, 46 detectam a doença.

Neste sábado (8), está programada a inauguração do nono centro de atendimento e testagem para Covid, em Pedra de Guaratiba. Nesta semana, dois novos centros foram abertos, um na Cidade Nova e outro no Leblon.

As internações na rede pública ainda estão controladas, apesar deste aumento de casos. 36 pessoas estavam hospitalizadas em leitos da rede pública municipal, destinados ao tratamento da doença, nesta sexta (7). O prefeito Eduardo Paes, descartou, no momento, adotar novas medidas restritivas, apesar do aumento de casos.

“O nosso foco agora é vacina, vacina, vacina. A gente tem visto essa experiência. Chamar a atenção para a testagem, por isso, estamos abrindo polos de testagem nas diversas áreas da cidade para que as pessoas, identificando que estão com a doença vão fazer o isolamento necessário. A gente precisa muito, nesse momento, de consciência coletiva. A gente está entrando no terceiro ano de pandemia. Há uma necessidade de coesão social, de consciência coletiva, e nós entendemos que, nesse momento é vacina, teste e consciência coletiva”, afirmou Paes.

Ainda assim, a Prefeitura solicitou ao Estado e Governo Federal a abertura de vagas que estão inativas, para se antecipar a um possível agravamento dos casos e também atender as outras doenças, que necessitem dos leitos.

“Fechar leitos, nesse momento, não é algo que a gente possa tolerar. Então, estou cobrando muito do Ministério as Saúde, também da UFRJ, a reabertura desses leitos, e se a gente tiver um aumento de casos de Covid, esses leitos de casos de Covid grave, vão poder ser utilizados. Se não tiver aumento, eles (os leitos), vão ser abertos para outros problemas de saúde que a população tem. São 941 leitos fechados na rede federal, hoje. A gente está solicitando a reabertura de, pelo menos 200 desses leitos, para que a gente possa ter uma capacidade, se, de fato, tiver algum aumento dos casos graves, coisa que a gente não está vendo nesse momento”, informou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

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