Caio Henrique da Silva Camossato foi preso por policiais da delegacia de Bangu, no sábado (22). Ele é investigado por estelionato contra pelo menos onze mulheres, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Seu método era sempre o mesmo, ele conhecia as vítimas através de aplicativos de relacionamento, se apresentava como um homem sedutor, interessante, rico e carinhoso. Depois arrumava um pretexto para pedir dinheiro emprestado a elas.
As mulheres que caíam no golpe transferiam a quantia solicitada, acreditando que o homem devolveria o dinheiro assim que pudesse. Mas, na verdade, ele sumia logo depois. Muitas delas chegaram até a pegar empréstimos para enviar dinheiro ao charlatão.
Os investigadores tiveram acesso a áudios do golpista para as vítimas.
“Amém! Bom dia! Obrigado pela sua vida, pela sua existência e por tudo que você tem me proporcionado como energia. Sem delongas tá? Quanto ao dinheiro lá, eu vou ver e depois eu te falo, tá bom”?
O delegado responsável pelo inquérito analisa a forma de Caio agir para enganar as vítimas.
“Primeiro ele marcava um encontro com as mulheres através de redes sociais e depois as conhecia pessoalmente. Aí ele contava que era fazendeiro, produtor musical, empresário, para cada uma ele contava uma história. E então começava a se relacionar com elas e se mostrava uma pessoa altamente carinhosa, totalmente atenciosa e isso fazia com que as vítimas confiassem nele”, disse Fabio Souza.
O golpista foi pego dentro de seu próprio "jogo". Uma de suas vítimas, Tayara Banharo, decidiu criar um perfil falso em uma dos aplicativos que Caio usava e começou a conversar novamente com ele, até marcarem um encontro. Mas o que o ‘Don Juan do crime’ achava ser apenas mais uma empreitada bem-sucedida, acabou sendo sua ruína.
"Ele tinha voltado para os aplicativos de relacionamento e eu não pensei duas vezes. Fiz uma conta fake, dei match com ele e comecei a conversar com ele", conta Taynara.
Ao chegar no encontro marcado com sua nova vítima, deu de cara com a polícia e teve seu coração partido.
Os crimes não são uma novidade na vida de Caio. Em 2019 ele foi condenado por estelionato, mas a pena foi convertida em serviço comunitário, que ele nunca chegou a cumprir.
Em nota, a defesa de Caio alegou que ele ”tem sido vítima de diversas acusações infundadas e, inclusive, algumas ações já foram julgadas improcedentes na esfera cível, área competente para análise de tais fatos” e que "os fatos em apuração não constituem um crime, apenas um ilícito civil".
Também foi apresentado um pedido de liberdade porque segundo a defesa “não há novas acusações contra o Caio e tudo o que se apura atualmente são fatos ocorridos, supostamente, há pelo menos dois anos”.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.