Uma grande quantidade de gigogas invadiu as lagoas e a praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (20). De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a ecobarreira do Itanhangá, na Barra da Tijuca, costuma impedir que essas plantas cheguem até as praias, mas ela foi danificada de forma proposital. A estrutura do sistema foi cortada em várias partes, permitindo que resíduos flutuantes vazassem das lagoas até as praias. O Inea já fez a recuperação da ecobarreira.
As gigogas são plantas aquáticas naturais da Baixada de Jacarepaguá que se proliferam em águas contaminadas. O aparecimento dessa vegetação costuma ser o primeiro indício do aumento da poluição nas águas da região. Por se tratar de uma espécie flutuante, as gigogas formam um tapete sobre as águas, diminuindo o nível de oxigenação e afetando a vida dos peixes no local.
Uma grande quantidade de lixo não-biodegradável também foi encontrado misturado às ilhas de gigogas que invadiram a região. Esses detritos, principalmente domésticos, são jogados dentro dos rios e acabam se deslocando para as lagoas.
"A chegada de uma grande quantidade de esgoto dos rios nas lagoas faz com que as gigogas se multipliquem numa velocidade muito grande. Se a gigogas já são um elemento complicador, o lixo mostra que temos um discurso muito bonito sobre o meio ambiente, mas infelizmente a prática diária demonstra o contrário", comentou o biólogo Mário Moscatelli.
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) fez uma força-tarefa para limpar o lixo e as gigogas que amanheceram cobrindo a praia.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco