Funcionárias de creche são indiciadas por morte de menina engasgada

Investigadores afirmam que as mulheres não tinham preparo técnico e emocional para o trabalho

Pedro Cardoni*

Maria Thereza foi vítima de uma broncoaspiração
Arquivo Pessoal

Duas professoras e a diretora de uma creche foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pela morte de uma menina engasgada com uma maça em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. O caso ocorreu no dia 20 de maio.

A morte de Maria Thereza Vitorino Ribeiro, de 1 ano de idade, foi declarada negligência por um inquérito da Polícia Civil. Os peritos afirmam que a criança foi vítima de asfixia por broncoaspiração causa por uma série de erros da equipe responsável.

Maria Thereza estudava em uma creche municipal do bairro Cascatinha e começou a passar mal depois de ingerir uma maça entregue pelas professoras. Segundo os funcionários da escola, a menina foi servida com um quarto de uma maça. Os investigadores afirmam que o alimento foi servido fora dos padrões recomendados.

Funcionários e pessoas presentes tentaram prestar socorro a menina, mas sem sucesso. A mãe de outra aluna da creche percebeu a gravidade do caso e recomendou levar a criança para o atendimento médico. Maria Thereza foi levada ao hospital e morreu dois dias depois de dar entrada na unidade.

A investigação revelou que as funcionárias responsáveis pelas crianças, não estavam preparadas para lidar com esse tipo de situação e demonstraram despreparo técnico e emocional. Além disso, a demora de 14 minutos para a levar Maria Thereza até o hospital também foi um fator que contribuiu para a morte da menina.

"A investigação revelou que houve o despreparo dos profissionais para atuarem nessas circunstâncias, o desconhecimento da política pública e, ainda, que existe necessidade de se difundir a respeito das medidas preventivas primordiais para a prevenção e promoção à saúde da comunidade escolar. Se qualquer funcionário da escola tivesse um preparo mínimo, as chances de salvar a pequena Maria Thereza se multiplicariam", afirmou João Valentim, delegado responsável pelo caso.

Além das professoras e da diretora, a médica responsável por atestar o óbito da criança também foi indiciada por prevaricação. A profissional da saúde não tinha autorização para emitir o documento, visto que a menina morreu por causas externas ao engasgo. A Polícia precisou efetuar a exumação do corpo depois de um dia do enterro.

De acordo com a família de Maria Thereza, os pais da menina vão entrar com um processo também contra o Munícipio. A prefeitura de Petrópolis chegou a decretar três dias de luto oficial pela morte da criança.

*Estagiário sob supervisão de Stephanie Mendonça

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