Fugindo da guerra na Ucrânia, jogadores desembarcam no Rio de Janeiro

Diego Silva, Marlon Santos e Bruno Ernando relataram o drama para conseguir retornar ao Brasil

Thomás Milhazes

Diego Silva se emociona no abraço de reencontro com os pais
João Fraga

O jogador de futebol Diego Silva, também conhecido como Diego Carioca, do Kolos Kovalivka, time que ocupa a oitava posição no campeonato ucraniano, desembarcou no início da noite desta terça-feira (01) no aeroporto internacional do Galeão junto com a namorada Maiara. Ele foi recebido com um abraço caloroso da mãe e do pai, e conversou rapidamente com a imprensa.

"Só quero ir pra casa descansar um pouco com a minha família. Foi muito difícil, uma experiência que a gente nunca imaginou passar, mas agora estamos em casa, com a nossa família, pessoas que a gente ama", disse o atleta.

Diego aproveitou a oportunidade também para agradecer a mobilização feita em prol do retorno ao Brasil.

"Desde já só quero agradecer a todas as pessoas que de alguma forma compartilharam nosso vídeo, de alguma forma oraram, pediram que a gente pudesse sair em segurança. Muito obrigado a todo mundo que nos ajudou. Agora é descansar, aproveitar a minha família, aproveitar realmente quem importa. Nesses momentos difíceis que a gente vê quem nos ama, quem nos ajuda. E a gente recebeu um carinho muito grande de todos vocês", concluiu o atacante.

O atacante é natural de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio, e teve a passagem área da Romênia para o Brasil custeada pela Prefeitura da cidade natal.

Outros dois jogadores nascidos no Rio de Janeiro também chegaram nesta terça, mas durante a manhã: o zagueiro Marlon Santos, ex-Fluminense e atualmente no Shaktar Donetsk, um dos principais times do país, e Bruno Ernandes, do Gornyak-Sport, da segunda divisão da Ucrânia.

"(Saímos de lá) Com tensão e medo, óbvio, mas vendo algumas coisas, não muito nítidas, por exemplo o exército que passava correndo, luzes de helicóptero. Existiu muito essa tensão, mas graças a Deus no fim conseguimos sair de lá", relatou Marlon, que voltou com a esposa, o filho pequeno e a sogra.

O grupo enfrentou três dias de travessia entre sair da Ucrânia e chegar ao Rio de Janeiro.

"O preço melhor que tem é estar com a minha família. Muita aflição, a todo momento a gente pensa que podia acontecer alguma coisa com a gente. É uma guerra pesada, a todo momento o medo de não poder estar aqui de novo era muito grande. A gente não sabe o que vai ser de futebol por lá, então é aguardar e descansar. Agora o que eu mais desejo é comer a comida da minha mãe", completou o jogador.

Ao fim, apenas agradecimento.

"Feliz demais. Graças a Deus deu tudo certo!", disse, aliviado, Silvano Barbosa, pai de Marlon.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.