Rio 40º. É assim que a cidade maravilhosa é conhecida por muitos. Mas parece que, mesmo faltando dois meses para o verão, as temperaturas estão menores que o normal pra essa época do ano. E tem um porquê: nos últimos dias, o La Niña entrou em ação pelo segundo ano consecutivo, de acordo com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA).
O fenômeno é conhecido por esfriar as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial que, por consequência, traz a queda de temperaturas e um aumento de precipitação em algumas áreas do país. A previsão da Administração é de que o La Niña se estenda até fevereiro 2022.
"A primavera é uma estação de transição entre o clima mais frio e seco do inverno e o clima mais quente e úmido do verão. Dessa forma, é comum que ainda possamos ter a incursão de frentes frias um pouco mais fortes aqui na cidade do Rio de Janeiro, especialmente durante outubro, causando chuva e acentuada queda na temperatura. Mas também há contribuição da La Niña, favorecendo o avanço das frentes frias por aqui. A tendência é de que novembro tenha dias com temperaturas mais intercaladas entre dias de sol e calor com períodos de chuvas significativas e queda de temperatura", conta o meteorologista da UFRJ Wanderson Luiz.
Na capital fluminense, termômetros tem previsão de uma mínima de 15ºC e máxima de 23ºC para esta quinta-feira (21). No Rio Grande do Sul, por exemplo, a temperatura, nesta quarta-feira (20), chegou a bater 1ºC em São José dos Ausentes, segundo a MetSul Meteorologia. Em Santa Catarina, campos amanheceram cobertos pela geada.
A CHUVA COMO SOLUÇÃO DA CRISE ENERGÉTICA?
Junto com as baixas temperaturas, o Rio registrou nesta manhã pontos de chuva fraca à moderada na cidade. Um alerta de mobilização foi acionado pelo Centro de Operações Rio. O estágio é o segundo nível em uma escala de cinco.
Segundo o economista Tiago Sayão, a chuva veio em boa hora. Isso porque, até mês passado, reservatórios de água da cidade operavam com apenas 24% da capacidade total. A alta no volume de chuvas, pode dar uma trégua ao problema.
"Grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas, cerca de 65,2%. Logo, o aumento das chuvas contribui para amenizar o cenário da crise porém não elimina-o. O risco da escassez é elevado pois os meses de outubro e novembro costumam registrar baixos volumes de chuva e como o nível dos reservatórios está muito baixo, é possível que ocorra apagões em algumas partes do país. Dessa forma, o racionamento não deve ser descartado", ressalta o especialista.