Trinta e um mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra acusados de crimes e fraudes contra a Previdência Social nesta quinta-feira (9). A ação aconteceu na cidade do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense.
A quadrilha alvo da operação é especializada em falsificar documentos públicos e particulares, como selos de autenticação cartoriais. Os criminosos usavam os documentos falsificados para forjar casamentos entre um companheiro falso e um beneficiário já falecido que tivesse deixado pensão por morte, mas que não tivesse deixado um dependente válido.
As investigações da Polícia Federal apontam que o grupo tinha apoio de funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que criavam movimentação na Previdência Social mesmo que os segurados não comparecessem às agências do órgão. Advogados, despachantes e um escrevente de um cartório de títulos e documentos também faziam parte da organização criminosa.
“É muito importante a sociedade ficar atenta que quando você for buscar um benefício previdenciário, você deve buscar orientação profissional capacitada, verificar se aquele advogado realmente está inscrito nos quadros da OAB, verificar se aquele intermediador que você buscou é realmente uma pessoa idônea ou se ele está tentando vender uma facilidade para poder aplicar as fraudes”, alertou Renato Cupulillo Gentile, delegado responsável pelo caso.
A estimativa é de que o grupo tenha desviado cerca de R$ 21 milhões usando 700 benefícios irregulares. A operação evitou a perda de mais R$ 110 milhões com o fim dos pagamentos.
Além das residências dos alvos nas cidades de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Japeri e Mesquita, foram inspecionados endereços em Olaria e Anchieta, na Zona Norte do Rio de Janeiro e Magalhães Bastos, na Zona Oeste. Uma agência da Previdência Social, em Japeri, Zona Oeste, também foi vistoriada pelos agentes.
O afastamento das funções públicas dos investigados, assim como o sequestro de bens e a suspensão de benefícios também foram decretados. Os alvos vão responder pelos crimes de estelionato previdenciário, associação criminosa, falsificação de documento público e particular, uso de documento falso e peculato eletrônico.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco