Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, foi condenado a 225 anos de prisão e 1.200 dias de multa por ser considerado o mandante e organizador do ataque ao helicóptero da PM, que matou três policiais militares e deixou outros três feridos, em 2009. O julgamento terminou nesta quarta-feira (21) e durou mais de 20h.
FB esta preso desde janeiro de 2012 no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele acompanhou todo o julgamento virtualmente.
O advogado de defesa afirmou vai recorrer da decisão, já que ela foi "contrária à prova dos autos".
"Ou seja, não houve uma prova judicializada. As pessoas deduziam, elas ouviam dizer que poderia ser o Fabiano a pessoa que protagonizou a batalha no Morro dos Macacos. E não se condena no Brasil por ouvir dizer. Essa decisão vai ser revista, nós teremos um novo julgamento sem sombra de dúvida", explicou Claudio Dalledone.
Na madrugada do dia 17 de outubro de 2009, criminosos do Comando Vermelho invadiram a comunidade Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio. A Polícia Militar tentou intervir para conter a guerra entre facções, mas um helicóptero da PM foi atingido.
A aeronave sofreu disparos de arma de fogo e explodiu na Vila Olímpica de Sampaio. Dois agentes morreram na hora e outro chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
"A condenação contra o FB não foi apenas dele ser o mandante. Ele fez a organização, junto com outras pessoas, àquele ataque ao Morro dos Macacos. E o ataque previa a morte de quem estivesse no caminho dele, seja outro traficante, ou o policial militar (...) Naquele momento não estava havendo confronto entre eles e a Polícia Militar. Eles escolheram matar aqueles agentes", afirmou a Promotora do Ministério Público, Carmen Elisa Bastos de Carvalho.
A investigação inicial apontou 26 responsáveis pelo crime, mas até hoje não se sabe quem disparou contra a aeronave. Três pessoas já foram condenadas pelo crime - Luiz Carlos Santino da Rocha, o Playboy, foi sentenciado em 2019 a 225 anos anos de prisão e Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, vulgo Magno da Mangueira, e Leandro Domingos Berçot, conhecido como Lacoste, em setembro do ano passado. A sentença deles chegou a 193 anos.
"Nós esperamos que essa sentença alivie um pouco a dor das famílias, das vítimas sobreviventes e para quem acredita em justiça", concluiu a Promotora.
*Sob supervisão de Helena Vieira