Faraó dos bitcoins tentou conseguir visto permanente para os Estados Unidos

Já são mais de cem pessoas que tentam o ressarcimento do dinheiro na Justiça

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

Mirelis continua foragida, Glaidson está preso no Complexo de Bangu
Reprodução/ Redes Sociais

A polícia descobriu que Glaidson Acácio dos Santos, o faraó dos bitcoins, estava tentando um visto norte-americano para se mudar com a esposa, Mirelis Zerpa, para os Estados Unidos. O “greencard”, como é chamado, tinha como objetivo livrar Glaidson das investigações da Polícia Civil e Federal sobre o esquema de pirâmides financeiras. Mirelis continua foragida e integra a lista vermelha dos procurados da Interpol.

Ainda de acordo com as investigações, os agentes encontraram um arquivo de admissão de Mirelis para uma universidade privada de Miami, a Atlantis University. Em áudios analisados pela polícia, enviados a amigos, Glaidson agradece a ajuda para que eles consigam sair o mais rápido do Brasil.

Além do casal, outras 14 pessoas também foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. De acordo com o relatório da polícia, a G.A.S Consultoria prometia lucros de 10% para clientes que investissem nas criptmoedas.

Indícios também mostraram a ligação de Glaidson com pessoas envolvidas em outros crimes, como o tráfico de drogas. Com o bloqueio de cerca de R$38 bilhões, a G.A.S Consultoria parou de pagar os clientes que haviam investido nos negócios da empresa.

De acordo com a corretora Binance, principal do mercado das moedas virtuais, a G.A.S não tinha conta jurídica na empresa, apenas no nome pessoal de Glaidson. No entanto, em contratos firmados com clientes, a Binance é a empresa que aparece como corretora utilizada pela consultoria do acusado.

Os investigadores tentam descobrir a origem do dinheiro das pessoas físicas que desconheciam o esquema de pirâmides. Já são mais de cem clientes da empresa que entraram na justiça pedindo o ressarcimento do valor investido.

“Eu guardei esse dinheiro para investir, ele era o único, agora eu não vou receber e ainda não sei como vai ficar. Esse mês a empresa não depositou o meu lucro que estava previsto no contrato. Eu investi porque conhecia muita gente que estava acreditando na empresa”, comentou uma vítima que não quis se identificar. Ela investiu R$23 mil na G.A.S Consultoria.

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