Família de jovem morto em trem acredita que assassinato foi motivado por ciúme

Jairo do Carmo Pedrosa vinha sofrendo ameaças desde maio

Caroline Nunes*

Mãe de jovem assassinado cobra respostas da Supervia Reprodução
Mãe de jovem assassinado cobra respostas da Supervia
Reprodução

A família de Jairo Jonathan do Carmo Pedrosa Tudes, de 24 anos, morto a tiros dentro de um trem na supervia na última segunda feira (24), acredita que o assassinato foi motivado por ciúme. A tia do Rapaz, Priscila Mariana, conta que ele vinha sendo ameaçado desde maio, quando foi demitido do trabalho.

Segundo parentes, o relacionamento extraconjugal não durou e por conta de brigas entre o garçom e a mulher, ele foi desligado da empresa depois de dois meses, em maio.

“Ele trabalhou em, um restaurante, trabalhou dois meses lá e teve um envolvimento com uma funcionária, foi demitido por esse motivo. Por conta das brigas que eles tinham no trabalho ele foi demitido”, revela a tia de Jairo Jonathan, Priscila Mariano.

Durante o relacionamento extraconjugal, a família conta que Jairo passou a sofrer ameaças do marido da funcionária. Após a demissão, ele conseguiu um novo serviço em um restaurante a poucas ruas do antigo. Por isso, o garçom continuava a passar pelo mesmo local.

Jairo é descrito por amigos e parentes como uma pessoa que não tinha problemas com ninguém. Sempre calado, ele não falava muito das ameaças que vinha sofrendo. Apenas reiterava que precisava trocar o número do celular, que era por onde as ameaças chegavam.

“Ele falava ‘vai ficar tudo bem, Deus está comigo, eu vou trabalhar, mas eu vou voltar, eu preciso trocar de número (do celular)”, relata a tia de Jairo.

O jovem estava separado na época do relacionamento com a colega de trabalho, mas reatou com a esposa, Esther da Silva, após o fim da relação. Além da viúva, ele deixa um filho de apenas três anos.

“Na sexta-feira ele falou assim pra mim ’nem, eu tenho que trocar o chip do celular’ aí eu falei ‘mas por que?’, aí ele falou assim ‘porque eu não quero mais brigar com você’. Os outros ficam me mandando mensagem perturbando, eu não quero ter mais briga com você. E foi a última coisa que…foi quando aconteceu o acontecimento de ontem”, relembra Esther.

Jairo serviu as forças armadas por cerca de dois anos, mas pediu baixa depois do período. Após isso passou a trabalhar como garçom há 7 meses.

“O meu filho não era um criminoso, ele estava a caminho do trabalho. Ele serviu as Forças Armadas por dois anos e agora estava indo trabalhar. Um jovem de 24 anos. Ele tinha um filho de três anos e uma vida pela frente”, desabafa a mãe e Jairo, Giselly do Carmo Pedrosa

A mãe do jovem assassinado cobra respostas da Supervia, que até o momento não deu nenhum tipo de resposta à família. Giselly do Carmo Pedrosa afirma que pretende entrar com uma ação contra a concessionária, em busca de justiça pela morte do filho.

“Eu acho inadmissível, um lugar que transporta pessoas, indo e vindo do trabalho, cidadãos de bem. Uma pessoa entra em um local que deveria ser considerado seguro, e não é, e uma pessoa entra com uma arma e consegue disparar, tirar a vida de um jovem e ainda assim trazer um pânico para as demais pessoas.”

*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco