Ex-moradores de rua fazem exposição de fotografias no Rio

O trabalho faz parte de um projeto que tem como objetivo reinserir socialmente essas pessoas

Pedro Cardoni*

Diego, autor da foto, conseguiu ser reinserido socialmente e vai trabalhar em uma revista  Diego Augusto Souza dos Santos
Diego, autor da foto, conseguiu ser reinserido socialmente e vai trabalhar em uma revista
Diego Augusto Souza dos Santos

O trabalho de 35 ex-moradores de rua vai ser exposto no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Centro do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (11). Os participantes da exposição retratam cenas do espaço urbano carioca feitas durante oficinas fotográficas.

A segunda edição do "Projeto Inserir" busca maneiras inovadoras de pessoas acolhidas em abrigos da Prefeitura ganharem renda e acelerarem o processo de reinserção social. Algumas fotos vão ser expostas digitalmente, mas as fotos dos acolhidos foram impressas em papel para serem vendidas no local do evento. A exposição dura até o dia 11 de junho e as fotos podem ser adquiridas posteriormente pelo e-mail exposicaoinserir@gmail.com.

"Esse projeto possibilita qualificação e empregabilidade a partir da retomada da autoestima", afirmou Maria Pucú, secretária municipal de Assistência Social.

Durante a organização da edição do projeto, uma notícia boa chegou até os produtores. Um dos fotógrafos amadores participantes conseguiu um trabalho na Revista Traços e foi reinserido socialmente. Diego Augusto Souza dos Santos deixou o abrigo que estava acolhido e é autor da foto de um menino prestes a pular na Bahia de Guanabara.

"Diego foi reinserido socialmente, voltou a morar na casa da família depois de participar da oficina", contou Rosana de Souza e Silva, diretora do Albergue Martin Luther King Jr.

PROJETO INSERIR

A primeira edição do programa aconteceu em fevereiro deste ano e expôs o trabalho de 26 pessoas acolhidas. O projeto é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Assistência Social com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, que cedeu os espaços para as exposições. Segundo César Oiticica Filho, atual diretor artístico do Centro Municipal de Arte, as produções dos fotógrafos amadores são capazes de poetizar o urbano.

“As ruas são o pé calçado pronto para o delirium ambulatorium renovado a cada dia”, completou César. 

O Projeto Inserir fez as duas edições com apenas três câmeras fotográficas e necessita de mais material para a expansão do programa. Fotógrafos profissionais que se interessarem em ser voluntários no projeto podem se inscrever na plataforma do governo.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco