Estudo do INCA investiga por que há mais casos de câncer de mama agressivo na população negra

Nesse outubro Rosa, o Instituto chama a atenção para a necessidade da realização de exames para detecção precoce da doença

Clara Kury, Helena Vieira

Outubro rosa
foto/vídeo

O estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostra que a primeira hipótese para explicar a maior ocorrência do subtipo mais agressivo (TNBC) em mulheres negras é a influência da ancestralidade e de mecanismos moleculares. Contudo, fatores comportamentais e ambientais, como o menor acesso aos serviços de saúde, também são levados em conta como possíveis causas.

Uma análise molecular mostrou alterações que parecem ser específicas de mulheres negras, e é esse achado que estamos explorando no momento

Revelou a pesquisadora do INCA, Sheila Coelho Soares Lima, responsável pela coordenação do trabalho.

Sheila também explica que, em um país como o Brasil, onde a miscigenação é extremamente comum, um estudo avaliativo sobre a ancestralidade pode expor variantes cruciais para o entendimento da doença.

Reunimos uma equipe de epidemiologistas, geneticistas, oncologistas clínicos, mastologistas, para todo mundo dar sua contribuição. Estamos na fase de levantamento de dados e de inclusão de pacientes”

Importância da realização de exames para detecção precoce da doença

O Outubro Rosa, conhecido como o mês da conscientização contra o câncer de mama, se tornou um momento de mobilização social para reforçar mensagens sobre prevenção e detecção precoce da doença.

Segundo dados disponibilizados pelo INCA, o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres brasileiras, ocupando o primeiro lugar no ranking com uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres. A instituição também disponibiliza dados de mortalidade por câncer. De acordo com a atualização mais recente, houve 19.130 mortes por câncer de mama em 2022.

Ainda de acordo com o Instituto, as principais medidas de prevenção primária contra o câncer de mama consistem na realização de exames anuais, na prática de atividade física, manutenção do peso por meio de uma alimentação saudável e o restrito consumo a bebidas alcóolicas. A amamentação também é considerada um fator protetor.

Outra orientação importante é para que a mulher observe e apalpe suas mamas, seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano. O objetivo por trás desse toque é descobrir possíveis alterações nas mamas, como nódulos ou caroços.

Para mulheres com risco elevado de câncer de mama, recomenda-se também que tenham acompanhamento médico individualizado.

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