Entenda o que é a “taxa do príncipe” de Petrópolis

Petropolitanos pagam o imposto desde 1847

Felipe de Moura (sob supervisão de Beatriz Duncan)

Tomaz Silva/ Agência Brasil TV Brasil
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Laudêmio: esse é o nome dado ao imposto que os moradores de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, pagam desde 1847. Popularmente conhecido como “taxa do príncipe”, o percentual de 2,5% é aplicado sobre todas as transações imobiliárias na área da Fazenda do Córrego Seco, que engloba o centro e alguns bairros do entorno em Petrópolis.

Previsto no decreto imperial da fundação do município, assinado por Dom Pedro II, a taxa é recolhida pela Companhia Imobiliária de Petrópolis (CIP), controlada por herdeiros da antiga família real. Com a proclamação da República, em 1889, a monarquia acabou e a família real foi banida do Brasil, mas o laudêmio ainda é cobrado.

O imposto voltou à tona por conta da tragédia que atingiu a Cidade Imperial.

Em uma nota, publicada na última sexta-feira (18), o príncipe autoproclamado, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, diz que “A Família Imperial, tão estreitamente ligada a Petrópolis, encontra-se sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo ainda nossas orações e solidariedade a todos os que vêm sofrendo”.

A Família Imperial ainda não ofereceu ajuda de custo para o município.

FIM DO LAUDÊMIO?

Também na última sexta, o deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio Marcelo Freixo (PSB), apresentou, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei para destinar o pagamento do imposto à prevenção de enchentes em Petrópolis. Outros projetos de lei tramitam no legislativo visando acabar com a cobrança.

O laudêmio não é uma taxa exclusiva dos herdeiros de Dom Pedro II. Ela também é cobrada pela União, pela Marinha e pela Igreja Católica.