Donos golpistas de empresa de criptomoedas são alvo de operação da Polícia Civil

Empresários tinham mandados de prisão contra eles, mas conseguiram fugir

Pedro Cardoni (sob supervisão de Beatriz Duncan)

Os mandados judiciais foram cumpridos na Zona Oeste e em São Gonçalo
Divulgação/Polícia Civil

Um grupo de empresários foi alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta segunda-feira (4). Sadraqui de Freitas e Nathan Assis de Oliveira são donos de uma empresa de consultoria e teriam feito mais de duas mil vítimas com promessas de retorno em investimentos de criptomoedas. A ação tinha como objetivo cumprir 2 mandados de prisão temporária e 9 de busca e apreensão. Ninguém foi preso.

Os empresários nunca foram presos, mas já acumulam anotações criminais - Sadraqui tem 30 e Nathan, 24. Dentre os crimes investigados estão estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra o consumidor.

Uma vítima, que preferiu não se identificar, teve um prejuízo de mais de R$300 mil.

“Ao todo, deu um total de R$333 mil. Eu preferia acreditar que não perdi, mas pelo jeito…”, conta inconformada.

Segundo as investigações, a Alpha Consultoria enganava clientes por meio da promessa de um retorno mensal de 30% dos rendimentos do investimento em criptomoedas. A empresa, fundada em fevereiro de 2021, começou a atrasar os pagamentos dos clientes dois meses depois do início das atividades. No lugar das transações, notas eram emitidas como justificativa.

Segundo a empresa, as contas corporativas estavam bloqueadas pela corretora de operações. Mas, informações da investigação apontam que, na verdade, essas contas estavam ativas e com valores disponíveis para saque.

“Não existe dinheiro fácil. O investimento que é capaz de te dar 30% de rentabilidade, quem não queria, quem não quer? É totalmente incompatível com o mercado financeiro e não passa de uma grande pirâmide”, afirma o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, responsável pelo caso. Ele acrescenta ainda que as contas bancárias corporativas e pessoais dos envolvidos já tiveram bloqueio solicitado.

Sadraqui e Nathan chegaram a movimentar, em poucos meses, mais de R$ 200 milhões em contas particulares.

A polícia agora busca pelos empresários, que vão responder por estelionato, associação criminosa e crimes contra a economia popula. A pena pode chegar a 10 anos de prisão.

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