Dois homens foram presos depois de serem flagrados arremessando sacolas com celulares para dentro de um presídio em Bangu, na Zona Oeste do Rio, neste domingo (26).
As imagens de uma câmera de segurança mostraram o momento em que os homens jogam os celulares para dentro do Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, no Complexo de Gericinó.
“O caso é gravíssimo. Quando alguém consegue adentrar dentro de um complexo prisional levando qualquer objeto que seja, significa que houve uma falha. Houve uma falha na estrutura da Secretaria que deveria cuidar da segurança dos presos. A gente não pode descartar a conivência de agentes públicos que fazem vista grossa e até recebem vantagens para permitir que outros criminosos adentrem ao sistema prisional e pratiquem crimes”, comentou José Ricardo Bandeira, especialista em segurança pública.
De acordo com José Bandeira, é preciso investigar se a pessoa que foi presa já passou pelo presídio outras vezes, se é um caso isolado ou se ocorre com frequência. De acordo com o especialista, se os criminosos conseguiram entrar com celulares dentro do presídio, eles conseguem entrar com armas e outros objetos. Segundo ele, o mais grave de toda a situação é ter sinal de celular dentro do presídio.
“Não existe investimento em tecnologia de inteligência e investigação, como o Estado não investe nisso, ele precisa coletar informações, qualquer informação que seja. Então é muito mais prático para o Estado deixar o celular funcionando e ficar ouvindo a comunicação dos presos, mesmo que isso leve ao cometimento de diversos crimes, do que fazer um sistema de bloqueio. Com isso, o Estado fica sem saber o que está acontecendo porque não investe em tecnologias como essa”, complementou José Bandeira.
Ao todo, 17 celulares foram apreendidos, além de capas para celular, fones de ouvido, cabos e carregadores. Os dois homens e o material apreendido foram levados para a 35ª DP (Campo Grande), na Zona Oeste, para registro de ocorrência.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco