Dia Internacional da Mulher: diferentes perspectivas crescem no mercado

As mulheres ocupam cada vez mais espaços no mundo do trabalho. Através de experiências diferentes, elas contam suas histórias

Ana Clara Prevedello*

No Dia Internacional da Mulher, crescem as diferentes experiências no mercado de trabalho
Divulgação TV Band Rio

Nesta quarta-feira (8), o Dia Internacional da Mulher representa a conquista feminina nos espaços do mercado de trabalho. É o que mostram os dados de uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento, 65% dos postos de trabalho em organizações sociais são ocupados por mulheres.

Mas as perspectivas crescem cada vez mais: elas também ocupam o mundo dos negócios, o sistema metroviário e as operações aeroportuárias. É o caso de Juraciara Passeri, coordenadora de Serviço ao Cliente no MetrôRio. Ela comanda um time de 250 pessoas, formado por agentes de segurança, operadores de estação e supervisores.

É sob a gestão dela que as operações na Linha 1 do metrô, no Centro e Tijuca, são definidas. Os processos de segurança, vendas, atendimento ao cliente e infraestrutura das estações também são feitos por ela, que trabalha no MetrôRio há 25 anos. Ela já trabalhou na bilheteria, na venda de passagem, no administrativo e na operação e, ao longo dos anos, conquistou seu espaço na área da Gerência de Serviço ao Cliente.

Nos momentos de folga, aproveita o tempo livre para caminhar na praia, estudar, dedicar momentos à família e à religiosidade. Juraciara tem duas filhas: Karla Passeri e Juliana Passeri, de 27 e 30 anos, respectivamente.

"Quero continuar contribuindo neste momento de transformação cultural, para termos cada vez mais mulheres em cargos de liderança em uma área operacional no MetrôRio e uma empresa diversa que respeite e valorize todas as pessoas. Para isso, é imprescindível que tenhamos um ambiente cada vez mais justo e equânime, que proporcione a geração de líderes desde a base até a alta direção", ela diz.
Juraciara Passeri auxilia os clientes do MetrôRio durante o trabalho

No Aeroporto do Galeão, a presença feminina se destaca. Cargos considerados majoritariamente masculinos são ocupados por mulheres. Beatriz Lagnier Ferreira, que atua no Centro de Operações do aeroporto, representa a diversificação do setor. Ela faz aniversário no Dia Internacional da Mulher, ou seja, nesta quarta-feira (8).

Ela é a primeira mulher a assumir o cargo de gerente de Operações Aeroportuárias no Galeão. Beatriz é engenheira ambiental e trabalha no aeroporto há cinco anos. Hoje, gerencia 68 pessoas, 82% do sexo masculino. Uma das metas da gerente é ampliar a atuação de mulheres no pátio do aeroporto.

“Ser fiscal de pátio é algo importantíssimo na rotina de um aeroporto. Eles são profissionais da linha de frente, os responsáveis por manter o nível de segurança operacional do RIOgaleão e mulheres são mais do que capazes de desempenhar estas atividades", ela explica.
Beatriz Lagnier é a primeira mulher a assumir o cargo de gerente de Operações Aeroportuárias no Galeão

O mundo empresarial também cresce. Luisa Coladangelo, proprietária da Gelateria Piemonte, no Rio, abriu a quinta loja, em Botafogo, em menos de dois anos de empresa. As outras estão localizadas em Copacabana, Ipanema, Leblon e Jardim Botânico.  

Seu pai, que viveu em Turim e comia os famosos relatos de Piemonte, passou o amor pela gastronomia para a filha. Formada em Gestão Internacional de Negócios pela King’s College London, com uma experiência profissional que conta com empresas como Johnson & Johnson e Grupo Essilor, Luísa é um exemplo de mulher que lidera o mundo dos negócios.

A gelateria é pet friendly, uma das premissas da CEO. As lojas têm desde a primeira unidade o foco em atender a todos os públicos, inclusive o mundo pet. Por isso, Luisa criou dog-lès, que são picolés para cachorros.

"Muitas vezes eu frequento lugares em que o meu melhor amigo, meus filhos caninos, não podem ir comigo. Quando eu abri a gelateria, pensei em incluí-los já que é um programa tão família, geralmente as pessoas vem com os filhos, com os avós, com os amigos e por que não com seu pet?”, ela questiona.
Luisa Coladangelo já tem cinco lojas na Zona Sul do Rio 

Já no Sul do Rio, em Itatiaia, a fábrica Michelin, especializada na produção de pneus, forma a primeira turma 100% feminina de aprendizes. A iniciativa é uma parceria entre a empresa e a Firjan SENAI Resende. Após o curso, a área de manutenção da indústria receberá 32 mulheres para aprenderem o ofício na prática.

Entre as alunas está Marcelly da Silva Valeriano, de 20 anos. Ela é moradora de Resende e, quando soube que a turma seria 100% feminina, se surpreendeu.

“Fiquei surpresa já que, quando se fala em mecânica, logo pensamos no público masculino. Quando comecei a estudar mecânica sempre quis as duas frentes, linha de produção e projetos, e conhecer todas as suas áreas”, conta.

Na fábrica de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, as contratações de efetivo feminino cresceram 28% de 2021 para 2022.

"Para a Michelin, diversidade, equidade e inclusão são ativos fundamentais e traduzem nossa razão de ser. Acreditamos no crescimento que equilibra a performance, com o cuidado com as pessoas e o planeta”, explica Glauce Ferman, diretora de Comunicação e Marcas e Sponsor de Diversidade, Equidade e Inclusão da Michelin América do Sul.
A empresa aumentou 28% das contratações do efetivo feminino de 2021 para 2022

A narrativa que encerra a reportagem é a de Fabrícia dos Santos Dias Cavalheiro. Comandante na CCR Barcas desde 2015, entrou na empresa em 2009 e já atuou como Moço de Convés, Marinheira e Contra Mestre.

Ela conta que se sentiu tranquila desde o início do trabalho, já que a tripulação contava com outras mulheres. Atualmente, 53 marítimas atuam na Baía de Guanabara. Na embarcação de Fabrícia há uma tripulação formada por oito mulheres.

"Navegar aqui na Baía de Guanabara é uma terapia para mim. Daria a maior força para quem quer começar um trabalho como o meu, é bom demais. Que Deus abençoe a todas as mulheres, nós somos muito guerreiras”, ela conclui.
Fabrícia dos Santos Dias Cavalheiro, comandante da CCR Barcas

*Sob supervisão de Christiano Pinho 

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