Rio de Janeiro contará com um Comitê Permanente de Segurança Escolar

Governador Cláudio Castro anunciou a decisão durante uma coletiva nesta quinta-feira (30). O Comitê vai capacitar profissionais de educação e ter um aplicativo virtual, o Rede Escola

Ana Clara Prevedello*

Rio de Janeiro contará com um Comitê Permanente de Segurança Escolar
Governador reuniu no Palácio Guanabara representantes da Segurança Pública e da Educação.
Divulgação / Governo do Estado

O governador do Rio, Cláudio Castro, anunciou nesta quinta-feira (30) a criação do Comitê Permanente de Segurança Escolar, iniciativa que promete garantir a segurança nos ambientes escolares do estado. O grupo contará com representantes de vários órgãos do governo e entidades civis. O anúncio foi feito em entrevista coletiva após um encontro no Palácio Guanabara com integrantes das áreas de Segurança e Educação.

A decisão foi tomada depois de um jovem promover um ataque em uma escola estadual em São Paulo, deixando uma professora morta. Dois episódios no Rio também deixaram as autoridades em alerta. Um adolescente foi apreendido por planejar um ataque em uma escola no Centro e outro menino, com uma faca, foi contido em uma unidade escolar da Gávea, na Zona Sul do Rio.

Entre as medidas anunciadas por Castro está o lançamento do aplicativo ‘Rede Escola’. A plataforma vai identificar situações violentas em escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro a partir de denúncias de professores e funcionários, que podem acionar um botão de emergência no app, uma espécie de ‘botão do pânico’, que os conectará diretamente à PM.

Segundo o governador, a ferramenta deve começar a funcionar em até 60 dias.

“Sem educação, não vamos a lugar nenhum. Por isso, estamos criando esse comitê para garantir mais proteção às nossas crianças, jovens e profissionais que trabalham na rede. Os pais precisam ter a tranquilidade de saber que seus filhos vão chegar em casa em segurança”, disse.

Cláudio Castro acrescentou, durante o encontro, que o Bope e a Core irão treinar os professores, para que eles atuem em casos de prevenção e de emergência. Ele reforçou a gravidade dos tiroteios durante operações em áreas de comunidades, que obrigam professores e alunos a se protegerem dentro das escolas.

“Essa integração entre Estado, os municípios e as forças de segurança é fundamental. O BOPE e a CORE vão fazer um treinamento com os professores. A ideia da criação desse comitê é exatamente para que a educação possa, sim, ser ouvida. Devemos levar em conta o que as escolas passam no dia a dia na hora de uma operação militar. E é por isso que as Polícias Civil e Militar vão oferecer mais proteção para as nossas crianças”, afirma.

Também foi proposta a criação de um grupo de inteligência da Polícia Civil, que vai apurar casos de incitação à violência nas escolas em redes sociais. A ação será complementada com programas já existentes, como a Patrulha Escolar e o Proerd, ambos da Polícia Militar, além do Segurança Presente, da Secretaria de Governo.

A Assembleia Legislativa do Rio também aprovou hoje (30) um projeto de lei que pode criar um Índice de Segurança das Escolas na rede de ensino estadual. A proposta é a de que cada colégio informe o nível de segurança e violência dentro das unidades e no seu entorno para a Coordenadoria Regional de Ensino (CRE), para atribuir, semestralmente, uma nota de dez a zero.

Os resultados serão publicados no Diário Oficial do Estado no primeiro dia útil de fevereiro e de julho. O projeto ainda passa por uma votação para segunda discussão em plenário.

“Estamos vivendo um momento de reflexão que requer ação imediata não só do poder público, mas de toda sociedade. Queremos uma cultura de paz nas escolas que combata as diversas formas de violências. Neste aspecto teremos ações tecnológicas, administrativas e de formação da comunidade escolar”, afirma a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto.

*Sob supervisão de Christiano Pinho