O ex-deputado federal Daniel Silveira teve a prisão mantida em audiência de custódia realizada na noite desta quinta-feira (2), virtualmente, no Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele foi detido ontem, em Petrópolis, na Região Serrana.
No momento da prisão, foram encontrados cerca de R$ 270 mil em espécie na casa do ex-parlamentar. O advogado dele negou que o dinheiro tenha origem ilegal.
“Todo o dinheiro que foi encontrado na casa dele veio do subsídio dele enquanto deputado federal. 100% do dinheiro que estava lá é declarado e legal. Ele se encontra muito preocupado com a reputação dele”, comentou o advogado André Queiroz.
Durante o interrogatório na sede da Polícia Federal, por orientação da defesa, o ex-deputado se manteve em silêncio a todo momento. Daniel Silveira foi preso pela primeira vez em 2021 e chegou a ser condenado a oito anos de prisão, mas foi beneficiado por um indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele voltou a ser preso, nessa quinta-feira (2), por descumprir as medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Moraes justificou na decisão que Silveira agiu com desrespeito e deboche às decisões da corte, ignorando a proibição do uso de redes sociais, onde questionou a lisura do processo eleitoral, e chegando, até mesmo, a danificar a tornozeleira eletrônica que era obrigado a usar.
RELEMBRE O CASO
Daniel Silveira foi preso ontem um dia depois de perder o mandato de deputado federal. Ele foi encontrado na sua casa, em Petrópolis, na Região Serrana. Ele foi levado para a sede da Polícia Federal no Rio.
Na sequência, fez exame de corpo e delito, no Instituto Médico Legal, antes de ser encaminhado ao Presídio de Benfica. Além da prisão, Alexandre de Moraes determinou a suspensão do porte de armas e o cancelamento dos passaportes do ex-parlamentar.
A prisão de ontem não teve relação com a acusação feita pelo senador Marco do Val, do Podemos, de que Silveira estaria à frente da conspiração para dar um golpe de estado e impedir a posse do presidente Lula.
Em nota, a defesa de Daniel Silveira alegou que a decisão "viola o sagrado direito à liberdade, ao passo que a Graça Presidencial, ainda está vigente, o STF, por sua Presidente, ainda não se manifestou e sequer o Plenário sobre sua eficácia, que já teve, inclusive, manifestação do PGR favorável quanto a sua eficácia. Os motivos lançados na decisão se referem a momentos passados, o que afasta a necessidade, de hoje, se decretar a prisão. Mais uma vez, vejo que a "supremacia" do STF, vem sendo desvirtuada".
*Sob supervisão de Christiano Pinho