O centro da Cidade do Rio, marcado pela movimentação no horário comercial, tem atraído cariocas, mas como destino residencial. Os números já refletem essa procura, a venda desse tipo de imóvel teve um aumento de 107,8%, no comparativo do primeiro trimestre de 2021 com o mesmo período desse ano, de acordo com a empresa imobiliária APSA.
A demanda por aluguéis de moradias também cresceu. A taxa de imóveis vazios para locação caiu de 37,5%, em abril do ano passado, para 20,6% em fevereiro de 2022.
“O Centro é uma região de uma facilidade enorme de mobilidade, de meio de transporte de massa, metrô, barca, ônibus, trem e o próprio aeroporto. Então ele (o Centro) converge todas essas qualidades em prol de uma possível qualidade de vida, com um custo interessante de se adquirir. Acaba sendo uma opção se comparado com outras regiões do Rio de Janeiro”, explica o Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio
Toda a movimentação ao redor de imóveis, em especial a compra de propriedades na região, foi impulsionada pelo programa da Prefeitura Reviver Centro, que quer dar benefícios fiscais para novas construções ou reconversão de imóveis.
A Prefeitura até o momento tem quatro pedidos para novas construções e 12 para reconversão de imóveis. Entre elas, está a permissão do primeiro prédio residencial na Avenida Presidente Vargas.
Até o fim de 2022, a Prefeitura prevê que aconteça um aumento populacional de 7% na região Central. Até o fim da gestão a expectativa é que esse crescimento atinja 15%.
“A meta é viável, a questão é quem vai morar e quem mora também? É importante respeitar as pessoas. Se fala que o centro é vazio, mas também existem as pessoas que moram no Centro. Em grande parte são pessoas de baixa renda, moradores de ocupações, de cortiços. Então, acho que a prioridade deveria ser dar prioridade a essas moradias e na proposição de novas moradias também pensar nesse público. Não basta dizer apenas ‘vamos aumentar 15% das unidades habitacionais’”, reflete Lucas Faulhaber, integrante da Comissão de Política Urbana do CAU-RJ.
*sob supervisão de Natashi Franco