O corpo do ex-deputado federal David Miranda foi velado hoje (10), dia em que completaria 38 anos de vida. A cerimônia aconteceu no Palácio Pedro Ernesto, na sede da Câmara Municipal do Rio, e foi aberta ao público, com homenagens de familiares e amigos.
O político estava internado há nove meses em uma clínica na Zona Sul do Rio. Ele foi hospitalizado para tratar de uma infecção gastrointestinal. O quadro se agravou nos últimos meses após sucessivas infecções.
O jornalista Glenn Greenwald, que foi casado com David Miranda por 18 anos, se emocionou muito durante o velório. Ele passou o tempo todo consolando os três filhos do casal. Entrevistas gravadas com David Miranda foram exibidas no saguão do palácio, para homenagear sua trajetória política.
Ele foi vereador na Câmara do Rio de Janeiro entre 2017 e 2019. Durante o mandato, se destacou na luta por direitos humanos e igualdade.
“O legado que ele deixa é um legado de amor, de afeto, de alegria, que era como ele vivia e como ele fazia a política dele, como ele acreditava que o mundo deveria ser”, lamenta a vereadora Mônica Benício, que era amiga de David.
David foi autor de leis como a que garantiu o uso do nome social por travestis e transexuais no âmbito da administração municipal, e a que determina a divulgação do Disque 100 contra o racismo. Em 2019, ele foi eleito pela revista Time como um dos dez líderes da próxima geração. Três anos depois, assumiu vaga como deputado federal, após a renúncia de Jean Wyllys.
“Todos nós hoje estamos chorando a morte de David Miranda. O David representava não só para a cidade do Rio, para o estado do Rio, para o PDT, mas sim para todos os locais que ele passou tudo aquilo que a gente espera da sociedade. Ele lutava pela educação, enfrentava o preconceito, não tolerava a violência. Ele lutou muito na vida dele, nesses últimos meses”, disse a vereadora Martha Rocha.
*Sob supervisão de Christiano Pinho