Mais de 170 boxes demolidos. Esse foi o resultado de uma ação da Secretaria Municipal de Ordem Pública, junto com a Prefeitura do Rio, na Gardênia Azul na Zona Oeste do Rio nesta terça-feira (10). O objetivo era acabar com as irregularidades na região.
Nas lojas, comerciantes retiravam as últimas mercadorias antes da demolição. Na calçada, as roupas, sapatos e até mesmo frutas ficaram espalhados.
Em visita ao local, a subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo, afirmou que os lojistas foram notificados duas vezes pela Prefeitura sobre a ação. Ela afirma que as denúncias sobre as irregularidades são frequentes desde o início da gestão atual. Segundo a subprefeita, o plano a partir de agora é revitalizar a região.
“As pessoas não estavam aqui apenas pela necessidade de trabalho, mas também exploravam uma área pública. A gente não pode receber isso e fingir que não está vendo nada”, relata Galhardo.
Dentre os pontos identificados na operação um chamou a atenção: nenhum dos boxes tinha luz regularizada. No local, 15 pontos clandestinos de energia elétrica foram desativados. Um ponto de distribuição irregular de água também foi fechado pela Cedae. Por lá, o esgoto era jogado, sem tratamento algum, nas águas do canal.
A Gardênia Azul é um bairro controlado pela milícia, o que facilitou a instalação do comércio ilegal. Segundo as investigações, para que comerciantes pudessem alugar um ponto, um valor de R$10 mil era solicitado pelos milicianos. Depois disso, pagamentos semanais e mensais, que chegavam a 600 reais por comerciante, eram cobrados.
De acordo com o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, muitos boxes não eram ao menos ocupados por moradores. Ele disse ainda que a secretaria vai repassar dados de inteligência para a Polícia Civil para buscar os responsáveis por construir e receber o valor do aluguel dos boxes.
“Muitas pessoas que estavam ocupando essa região não eram sequer daqui. Ou seja, elas pagavam determinados valores para poderem explorar atividades comerciais aqui dentro”, relata o secretário.
DEMOLIÇÕES ACONTECEM TAMBÉM NA ZONA SUL DO RIO
Em paralelo, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente demoliu seis casas na Rocinha, na Zona Sul. O local, conhecido como Vila Verde, tinha, inicialmente, a vegetação nativa destruída por criminosos para então construir os imóveis. Falsas licenças ambientais também eram vendidas por até R$ 10mil.