As investigações da Polícia Civil apontam que o assalto a uma agência bancária na Rua de Santana, no Centro do Rio, foi planejado por traficantes do Comando Vermelho.
Os investigadores suspeitam que bandidos de várias favelas tenham formado uma espécie de consórcio para organizar o crime, que aconteceu na tarde dessa quarta-feira (13). O objetivo seria levar dinheiro do cofre.
Uma mulher chegou a ser feita refém. Três homens foram presos. Os investigadores acreditam que um quarto integrante da quadrilha tenha conseguido fugir.
Com os presos, a polícia apreendeu um revólver, que foi roubado da vigilante do banco, duas réplicas de armas, uma moto roubada e uma mochila com quase 57 mil reais. O assalto foi frustrado por um policial militar de folga que estava na unidade do Itaú. Ele conseguiu correr e alertar outros policiais do lado de fora.
Os bandidos invadiram o banco e renderam clientes e funcionários. Dois gerentes que ficaram sob a mira dos criminosos foram ouvidos na delegacia nesta quinta (14). Os depoimentos foram acompanhados por um advogado do Sindicato dos Bancários. Custódio de Carvalho ressalta que os funcionários passaram por momentos de terror.
“Muita violência, arma apontada para os funcionários. Alguns apanharam, como o gerente que estava lá, levou coronhada. Foi encaminhado ao Hospital Souza Aguiar. A ameaça inicialmente foi pra abrir o cofre, depois disso quando eles (bandidos) perceberam a possibilidade da chegada da polícia tentaram passar pro telhado, obrigaram os bancários a abrir o telhado”, conta Custódio.
Os criminosos também chegaram a pegar dinheiro das vítimas. Depois do assalto, dois bandidos tentaram fugir pelo terraço da agência. Um deles tentou pular em um telhado, mas a estrutura não resistiu. O homem, identificado como Henrique Oliveira, foi preso minutos depois, ao invadir uma loja de panelas. João Viana, funcionário do estabelecimento, afirma que não sabia que o homem era um dos envolvidos no assalto.
“O rapaz entrou aqui correndo pedindo pra ver se tinha alguma saída por trás porque ele queria fugir, que ele dava dinheiro e tudo, aí a gente falou ‘cara, não tem saída por trás, não. Não tem o que fazer’ (…) logo em seguida entraram os policiais e renderam ele”, lembra.
Já Maxwell Silva de Oliveira, de 45 anos, fez a funcionária de uma loja de resistências refém. Ele tem uma longa ficha criminal e condenações por roubo.
A vendedora que foi mantida na mira de um revólver por Maxwell conta que chegou a pensar que iria ser morta.
“Ele botou a arma na minha cintura, na minha cabeça”, afirma Adriana da Silva.
Um terceiro integrante da quadrilha, Marcelo Estrela da Rocha, foi preso enquanto tentava sair da agência se passando por vítima, usando um uniforme da Comlurb.
Em nota, o Itaú afirmou que “lamenta o ocorrido na agência 0405 (Rio-Frei Caneca) e informa que, felizmente, nenhum cliente foi ferido. O banco está colaborando ativamente com as autoridades policiais na investigação do caso. A unidade está fechada, e os clientes poderão ser atendidos na agência 0357, localizada na Rua Riachuelo, 221, no Centro. O banco reforça que as transações podem ser realizadas por meio de todos os outros canais disponíveis: Internet banking, aplicativos no celular, telefone e rede 24H”.