A Comissão de Direitos Humanos da Alerj, da OAB e também do Núcleo da Defensoria Pública, se reuniram para ouvir a única testemunha sobrevivente do caso que terminou com a morte de Samuel Bonfim, 17 anos, e de Willian da Silva, 38 anos. A namorada do jovem agora integra o programa de proteção à testemunha.
A reunião de hoje também ouviu moradores do Complexo do Chapadão, na Zona Norte da cidade. A Polícia Militar informou que os agentes estavam de patrulhamento na região quando viram o enteado e padrasto de moto, com um fuzil na mão. No entanto, um novo depoimento já contradiz essa versão.
De acordo com o segundo relato de Edson de Almeida e Leonardo Carneiro, agentes que atiraram contra os moradores, Samuel na verdade segurava uma pistola com três munições. Já a mãe do jovem nega essa versão.
“No dia eles falaram que teve uma perseguição, mas então cadê a pólvora na mão deles? No laudo nem constava que tinha um menor morto. Eu precisei ir na delegacia fazer o boletim. Eu quero que a justiça seja feita, os policiais que fizeram isso com a minha família tem que pagar”, finalizou Sônia, que estava hoje durante a comissão.
Mesmo com a proibição de operações policiais em favelas do Rio de Janeiro, pelo STF, os agentes continuam nas comunidades. De acordo com o levantamento do Instituto de Segurança Pública, pretos e pardos representam 78% das mortes por intervenções policiais no estado.