Comissão de Direitos Humanos ouve namorada do jovem morto em Anchieta

Ela estava junto com o namorado e com o sogro no momento em que foram mortos

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

A família esteve presente para ser ouvida
Francini Augusto/ TV Bandeirantes

A Comissão de Direitos Humanos da Alerj, da OAB e também do Núcleo da Defensoria Pública, se reuniram para ouvir a única testemunha sobrevivente do caso que terminou com a morte de Samuel Bonfim, 17 anos, e de Willian da Silva, 38 anos. A namorada do jovem agora integra o programa de proteção à testemunha.

A reunião de hoje também ouviu moradores do Complexo do Chapadão, na Zona Norte da cidade. A Polícia Militar informou que os agentes estavam de patrulhamento na região quando viram o enteado e padrasto de moto, com um fuzil na mão. No entanto, um novo depoimento já contradiz essa versão.

De acordo com o segundo relato de Edson de Almeida e Leonardo Carneiro, agentes que atiraram contra os moradores, Samuel na verdade segurava uma pistola com três munições. Já a mãe do jovem nega essa versão.

“No dia eles falaram que teve uma perseguição, mas então cadê a pólvora na mão deles? No laudo nem constava que tinha um menor morto. Eu precisei ir na delegacia fazer o boletim. Eu quero que a justiça seja feita, os policiais que fizeram isso com a minha família tem que pagar”, finalizou Sônia, que estava hoje durante a comissão.

Mesmo com a proibição de operações policiais em favelas do Rio de Janeiro, pelo STF, os agentes continuam nas comunidades. De acordo com o levantamento do Instituto de Segurança Pública, pretos e pardos representam 78% das mortes por intervenções policiais no estado.

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