"Choveu, alagou". Moradores de Jardim Maravilha ficam com casas inundadas

Ontem, a Prefeitura do Rio começou a primeira fase de obras no local.

Felipe de Moura*

As ruas do bairro ficaram alagadas
TV Band

As chuvas dessa semana na cidade do Rio de Janeiro, especialmente na noite desta quarta-feira (29), vêm castigando os moradores do bairro Jardim Maravilha, na Zona Oeste do Rio, que já é conhecido pelas enchentes constantes. Maria Antônia Lopes, que mora há 16 anos no bairro, não conseguiu sair da região para levar a filha ao médico por conta dos alagamentos.

"Toda vez que chove é esse desespero, não tem como levar a criança para a escola e nem levar minha filha especial para o médico. Não têm condições. Eu acho isso um absurdo, isso é o cúmulo. Imagina você levantar para ir ao médico com uma criança especial e você pisar nessa lama podre", disse Maria.

A situação fica ainda pior para quem mais precisa de acessibilidade. Com as ruas tomadas de água, Paulo Sérgio, que é paraplégico, não conseguiu sair de casa para ir à clínica da família. Até para fazer compras básicas, em dias assim, só é possível com a ajuda das pessoas.

"Não consigo sair de casa, não posso ir na padaria porque não tem como, tenho que pedir ajuda. Choveu, alagou. Eu me sinto preso, preso na cadeira. É uma prisão, não saio de casa para nada, outro dia fui tentar sair sozinho e quase caí", comentou Paulo Sérgio, que mora há seis meses no bairro.

Quando chove, além das ruas alagadas, o bairro fica com muita sujeira e cheiro de esgoto. Até os serviços básicos ficam prejudicados, como a coleta de lixo. Ontem (28), a prefeitura do Rio começou uma obra na região. O projeto irá focar na parte de infraestrutura, pavimentação e na criação de uma rede de esgoto e drenagem.

Segundo a prefeitura, serão urbanizados cerca de 7,7 km de vias, o que abrange uma área de 320 mil metros quadrados. O valor das obras é de R$ 40,9 milhões.

"É uma grande intervenção que vai durar dois anos. É um problema crônico que vamos finalmente atacar, melhorando a qualidade de vida desses moradores. Teremos ainda uma segunda fase que atenderá 1,8 milhões de metros quadrados e em breve daremos início a essas atuações", comentou o presidente da Rio-Águas, Wanderson Santos, sobre as intervenções no bairro Jardim Maravilha.

*Sob supervisão de Natashi Franco

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