Caso Marielle Franco: Investigações avançam e ex-militar é preso

Maxwell Simões Correa, vulgo Suel, foi preso hoje (24) depois de delação de Élcio Queiroz

Júlia Zanon*

Caso Marielle Franco: Investigações avançam e ex-militar é preso
PF realiza operação sobre o caso Marielle Franco e prende mais um suspeito.
Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta segunda-feira (24), Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

De acordo com as investigações, o ex-bombeiro era amigo de Ronnie Lessa, acusado de efetuar os disparos contra a vereadora e atualmente preso. Em 2021, Suel já havia sido condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar a apuração do caso e esconder as armas do crime. Ele cumpria a pena em regime aberto.

Segundo a policia, ele teve envolvimento tanto na fase anterior ao crime, quando vigiava os passos da parlamentar, quanto na fase posterior ao ocultar provas.

Durante a ação de hoje (24), também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços do Rio de Janeiro. A operação Élpis é a primeira fase da investigação sobre o caso Marielle Franco. Não há informação dos outros alvos da operação.

"Hoje a Polícia Federal e o Ministério Público avançaram na investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves", publicou o ministro da Justiça, Flávio Dino.

As investigações começaram depois que o ex-policial militar, Élcio Queiroz, confessou, em delação premiada, a participação dele no crime. Ele também confirmou o envolvimento de Ronie Lessa, de Maxwell e de outras pessoas que não tiveram a identidade revelada. A declaração foi feita há, pelo menos, duas semanas e confirmada por Dino.

Na delação, Élcio também deu detalhes da dinâmica do crime.

Para Luyara Franco, cofundadora do Instituto Marielle Franco e filha da Marielle, algumas perguntas sobre as investigações ainda precisam ser respondidas.

"A família espera que todas as perguntas que estão em aberto sejam enfim respondidas sobre quem mandou matar minha mãe. Já são 5 anos sem saber e nesses cinco anos a gente lidou com mudança no comando da investigação, tentativa de obstrução e vazamento de informações da imprensa", disse Luyara Franco, cofundadora do Instituto Marielle Franco e filha da Marielle.  

O assassinato de Marielle Franco completou cinco anos em 2023. O carro em que eles estavam foi alvejado por, pelo menos, 13 disparos.

"Hoje, o mundo inteiro quer saber quem mandou matar Marielle. Isso não é uma questão a ser resolvida apenas para a família", desabafou Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, na época.

*Sob supervisão de Helena Vieira.