Bruno Rodrigues, principal suspeito pela morte do ator Jeff Machado, segue foragido. A Polícia Civil investiga uma possível fuga do acusado para fora do Brasil, e um alerta foi emitido pela Polícia Federal para colocar o nome dele nos sistemas de controle migratório.
Os investigadores querem se certificar de que o ex-produtor não deixou o País no fim de maio, antes de a Justiça do Rio decretar sua prisão.
O pedido de prisão temporária foi feito pela Polícia Civil no último dia 29, mas o mandado só saiu três dias depois, mesma data em que o Ministério Público ratificou a necessidade de prender Bruno.
"O pedido foi feito dia 29 (...) e só chegou no MP dia 31. No dia 1º, o MP já devolveu com o parecer, e no próprio dia a juiza decretou a prisão preventiva", disse o promotor Sauvei Lai.
Novas imagens mostram outra contradição no depoimento de Bruno de Souza Rodrigues. Câmeras de segurança registraram o suspeito e seu marido no dia 31 de janeiro, oito dias após a morte de Jeff Machado, saindo de uma concessionária com o carro da vítima. De acordo com a Polícia Civil, o casal foi fazer uma avaliação de venda do veículo.
Segundo a investigação, Bruno teria afirmado à Jeff que ele conseguiria uma vaga para atuar em uma novela, mas o ator começou a ficar frustrado, já que o acusado mudava as datas combinadas. Jeff chegou a mandar um áudio para a mãe falando sobre o assunto.
"Tô chateado, tô pra baixo. Eu vou dar um gelo no Bruno (...). Se a minha reunião é terça-feira, dia 17, para eu ir lá... ele não confirmou. Não pegou a placa do meu carro para eu entrar", lamentou o ator.
A polícia investiga agora outros casos de aliciamento envolvendo Bruno, com promessas de trabalhos que nunca aconteceram. O ator Bernardo Langlott conheceu o ex-produtor e afirma ter sido enganado.
"Quando ele via que você acreditava nessa estratégia, ele começava a investir em você sexualmente. E aí, conforme você ia autorizando, de certa maneira, com essa cegueira do sonho genuíno do artista, ele ia avançando", conta.
Na última sexta-feira (2), Jeander Vinícius da Silva Braga, o outro suspeito do crime, voltou atrás da versão em que dizia que Jeff havia sido morto por um terceiro homem chamado Marcelo. Ele disse à polícia que o homem não existe, e que Jeff foi dopado ao beber um suco preparado por Bruno. Ainda em depoimento, Jeander disse que Jefferson foi assassinado pelo ex-produtor e que foi obrigado a ajudar a ocultar o corpo da vítima.
*Sob supervisão de Christiano Pinho