CASO HENRY: Audiência ouve depoimento de Jairinho

Defesa do ex-vereador tem pedidos negados e se reorganiza. Pai de Henry afirma que defesa está tentando alongar o processo.

Pedro Cardoni*

O ex-vereador Jairinho vai ser ouvido em nova audiência no Tribunal de Justiça do Rio
Reprodução

O ex-vereador Jairinho é interrogado no Tribunal de Justiça do Rio, nesta segunda-feira (13). A audiência acontece depois da Justiça ter negado o pedido da defesa para o adiamento da sessão.

A audiência vai determinar se Jairinho e Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, vão a júri popular pelas acusações da morte do menino. Os réus são acusados de homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual, falsidade ideológica e coação de testemunhas durante as investigações.

Jairinho destituiu de parte da equipe de advogados para organizar a defesa tecnicamente para as acusações de crimes contra a vida. A defesa alega que o menino Henry chegou vivo ao hospital Barra D’Or e questiona erros e omissões do atendimento da unidade de saúde e do laudo de necropsia.

“A defesa da Monique e do Jairo está tentando protelar, tentando adiar as audiências para que daqui a pouco peguem medidas jurídicas para que, igual a Monique está em prisão domiciliar, vamos ver fora da cadeia. É isso que ele quer. Ele quer alguma maneira de ser colocado para fora e aí fugir do país”, declarou Leniel Borel, pai de Henry.

O advogado de Leniel afirma que está aguardando o julgamento do recurso contra a prisão domiciliar de Monique. Segundo ele, a ré é uma pessoa perigosa e coagiu as testemunhas durante o processo.

“Ela é uma pessoa extremamente perigosa, a babá Thayná disse que ela tentou por diversas vezes mudar o depoimento dela. Então, eu entendo que a Monique deve voltar para a cadeia e ambos devem ser encaminhados para júri popular”, afirmou Cristiano Medina da Rocha, advogado de Leniel.

Ocorreu um problema ao carregar o tweet

No meio da comoção do processo, manifestantes se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para pedir justiça por Henry.

HISTÓRICO DE CONFLITOS NAS AUDIÊNCIAS

Outro pedido da defesa de Jairinho também foi negado pela juíza Elizabeth Machado Louro na última sexta-feira (10). A solicitação pedia para que as médicas responsáveis por atender o menino Henry Borel na noite da morte da criança fossem ouvidas novamente. Além disso, também foi requerido outro depoimento dos peritos que realizaram a reprodução simulada da morte de Henry e um radialista que examinou o menino. O único pedido aceito pela magistrada foi da inclusão dos exames feitos pelo radialista nos autos do processo.

As audiências do processo do Caso Henry têm sido marcadas por desentendimentos entre a juíza e o advogado de defesa de Jairinho, Cláudio Dalledone. Na sessão desta segunda-feira (13), Cláudio declarou que foi proibido pela juíza de sair da bancada de defesa, transitar pelo tribunal e se aproximar da magistrada ou de Jairinho.

“A juíza, estranhamente, falou que não permitiria que a gente saísse da bancada de defesa. Ela também me presenteou com adjetivos de cínico, deselegante e que na audiência passada eu quase a agredi. Tenho direito de transitar no tribunal, foro, ou em qualquer sala ou repartição pública em que eu esteja exercendo advocacia. Ela disse que não, mas eu posso transitar e eu vou transitar”, contestou Cláudio Dalledone, advogado de defesa.

A audiência estava prevista para ter início às 9h, mas só foi iniciada às 11h30 desta segunda-feira (13).

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.