A polícia fez, nesta quinta-feira (13), uma operação para cumprir quatro mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao casal de traficantes Anderson Luiz Miguel e Tatiana do Nascimento Rodrigues. Anderson foi preso na madrugada de quarta-feira (12) e Tatiana, na manhã de hoje. A ação da Polícia Civil com a Polícia Rodoviária Federal e Agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) tem como objetivo combater o tráfico de drogas e armas.
O casal morava em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e possuía uma loja no Méier, na Zona Norte. Eles viviam como empresários, fazendo diversas viagens e com uma vida luxuosa, enquanto, na verdade, traficavam armas.
As investigações começaram em fevereiro deste ano, após Jeferson Miranda Farias e Kauane Nelieze Luiz de Mattos terem sido presos pela Polícia Rodoviária Federal, em Mangaratiba, na Costa Verde. O casal vinha de Santa Catarina para o Rio de Janeiro com armamento no carro.
Os policiais descobriram, através da quebra de sigilo telefônico do casal autorizada pela justiça, que Anderson, foi o responsável por encomendar o carregamento ilegal de Santa Catarina para o Rio.
Em oito meses de investigação, a polícia identificou que Anderson era o chefe do casal preso pela PRF e coordenava de apartamento dele na Barra da Tijuca, a compra de armas e munições nos estados de Paraná e Santa Catarina para serem enviadas o Rio de Janeiro.
A Desarme identificou, pelo menos, duas viagens feitas por Jeferson para transportar armamento sob ordens de Anderson.
O empresário fazia transações financeiras com o subordinado, enviando e recebendo dinheiro das transações ilegais, além de monitorar todo o trajeto percorrido pelos transportadores, tendo inclusive enviado um aparelho GPS para Jeferson, por Tatiana, para que ele pudesse acompanhar a movimentação do carro que trazia as armas em tempo real.
A polícia constatou que Anderson passava instruções a Jeferson sobre como se portar e o que responder aos policiais caso fosse abordado.
"Não esquece de colocar aquelas munição, embala bem elas também e, outra coisa, sabe aquelas bexigona grande, de festa de aniversário, aquelas bem grandona? Compra uma amanhã, depois que você embalar as munição no papel filme, você coloca dentro dessa bexigona, tendeu? Até a pistola você pode pôr dentro dela e coloca no cofre" disse Anderson numa das conversas interceptadas pela polícia.
Durante as investigações, o setor de inteligência da PRF e da Desarme descobriram que Anderson era chefe do tráfico em Pontal do Paraná, e assumiu a identidade falsa de Anderson Alves da Silva, ao vir para o Rio de Janeiro. Ele já foi preso pela Polícia Federal e pela Polícia do Paraná, e ainda tem um mandado de prisão em aberto por investigações no Sul do país.
Sob supervisão de Natashi Franco*