Após anos tentando engravidar, os pais Fausto de Oliveira e Roberta Torres, do Rio de Janeiro, contrataram uma barriga de aluguel na Ucrânia no ano passado. O procedimento, que é proibido no Brasil, é popular no país Europeu. Mas, durante a gestação, a guerra estourou. A pessoa que estava gerando a criança chegou a procurar o casal carioca, em desespero, faltando 2 meses para a menina nascer.
“Tinha caído um míssil em uma escola a 500 metros da casa dela. Ela pediu ajuda financeira para poder sair do lugar que ela estava e a gente ajudou. Depois, ela ficou na zona rural”, contou Fausto, pai de Liz Bela.
O casal decidiu viajar até Kiev, capital da Ucrânia, no dia 18 de maio, para tentar resgatar a filha. Eles tiveram que pegar um avião e quatro trens, passando pela Polônia até chegar ao País. A cidade voltou a sofrer ataques de mísseis no último domingo (5).
Agora, eles estão abrigados em uma clínica que oferece o serviço de barriga de aluguel, cuja entrada está fechada com barricadas para proteger as crianças.
“O clima aqui é assustador. Como muitos países estão ajudando a Ucrânia com material bélico, o armamento de primeira linha fica para o exército e o material antigo fica para os civis. Então, qualquer civil de mais de 16 anos que quiser pegar uma AK-47, pode”, disse Fausto.
Para voltar com a filha, casal precisa pagar uma última parcela de R$ 150 mil para a clínica. Mas, o banco não ainda não liberou a transferência.
Depois, eles devem viajar até Lviv, a oeste da Ucrânia, para tirar a documentação da filha na embaixada brasileira, e só depois conseguem voltar ao Brasil.
“Eu estou ignorando a guerra porque é o meu sonho ter filho, quem é pai vai entender”, Fausto falou.
*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco.