Carnaval 2023: União de Jacarepaguá terá enredo sobre líderes negros

A escola vai contar na Avenida a história da maior fuga de escravos da história do Rio

Amanda Martins e Felipe Fera*

A União de Jacarepaguá vai levar para a Sapucaí a maior fuga de escravos da história do Rio de Janeiro, que aconteceu em 1838, com uma homenagem a dois personagens históricos para essa libertação.

A escola vai se aprofundar na história de luta, fé e resistência de dois heróis negros do século passado: Manoel Congo e Marianna Crioula, líderes da insurreição no Vale do Café.

"A gente começa com a ancestralidade dos dois em África. A gente passa essa travessia para o Brasil. Toda dor e sofrimento que os escravos de lá vieram para cá, para depois a gente começar a contar a história dos dois no Vale do Café para depois terminar na herança cultural dos dois e importância deles na área e para todo Brasil. A gente aproveitou porque são dois personagens da história do Brasil que foram apagados e a gente está querendo mostrar esses dois personagens importantes para história na avenida”, disse o carnavalesco Lucas Lopes

Rogério e Natália são o primeiro casal de mestre sala e porta bandeira da escola há 14 anos. Em 2023, vão representar a riqueza africana na avenida.

"É uma parceria que é leve, a gente consegue passar pelo processo de alimentação, treino, até o nosso psicológico um ou outro ajuda né. Porque a gente tem que estar preparado em todos os quesitos pra chegar na Sapucaí e desenvolver um bom trabalho. Eu digo que ele é meu irmão, meu parceiro mesmo de vida que até para dança e para vida pessoal ele está sempre do meu lado”, comentou a porta bandeira Natália Monteiro

"Desafio enorme porque a gente começa desde criança e é um quesito que tem visibilidade grande porque somos só nos dois. É muito visado, reponsabilidade gigante porque a gente leva a bandeira da escola, o símbolo maior da escola é o pavilhão que a gente está levando"

TRADIÇÃO DA ESCOLA

A União de Jacarepaguá foi fundada em 1956 a partir da fusão entre duas escolas da região. Foi a primeira agremiação a receber a visita de um chefe de estado: Juscelino Kubitschek. Em 2023, a escola vai voltar à Sapucaí depois de oito anos desfilando na Intedendente Magalhães.

"Foram 8 anos, oito anos batendo, batendo e nada. Sofremos na Intendente porque a gente sabe que tem capacidade de estar na Sapucaí. Nós viemos de lá, então a expectativa é chegar e permanecer. Não quero vitória, não quero segundo lugar, terceiro. Quero ficar no grupo para 2024 a gente vir mais forte e lutar por um título", afirmou Hugo César, ex-mestre de bateria.

*Sob supervisão de Christiano Pinho