A Porto da Pedra, escola de São Gonçalo, cidade da Região Metropolitana do Rio, vai levar a Amazônia para a Sapucaí. A história da Porto da Pedra começa com outra paixão brasileira: o futebol. A escola de São Gonçalo foi formada em 1978 a partir de um clube de futebol do bairro. Desde então, o tigre, símbolo da escola é presença confirmada em todos os desfiles.
"Estamos nessa luta ganhando as coisas e perdendo coisas rezando e voltando sempre lutando. Perdemos presidente, quadra, mas sempre nasce um tigre novo. A gente perde um tigre e nasce outro mais feroz ainda. E todo ano a gente entra na avenida campeão. Infelizmente alguma coisa acontece que tira esse título da gente que esse ano eu espero que não aconteça. Esse ano nós estraremos na avenida e sairemos campeões na avenida na quarta-feira de cinza. Se deus quiser estaremos aqui comemorando o título na Porto da Pedra", disse o diretor cultural Paulinho Freitas
Para acertar o gol em 2023, a Porto da Pedra vai levar para a avenida os “delírios” (nome do enredo) do escritor francês Júlio Verne que nunca esteve na Amazônia, mas escreveu um livro imaginando como era a região.
"A gente vai aproveitar que essa literatura dele fala de viajar para locais extraordinários e vamos levar ele a viajar por uma Amazônia que sempre esteve presente justamente nas contações de história e no imaginário desde o século XVI e aí ele vai passear pela Amazônia para conhecer qual a grandeza da Amazônia, comentou o enredista Diego Araújo.
A Porto da Pedra abre alas para um carnaval sustentável que vai além do enredo. A escola vai fazer o primeiro desfile neutro em emissões de gás carbônico da história do rio de janeiro ao plantar mudas que vão compensar cerca de duas toneladas de Co2.
De volta à escola, o carnavalesco Mauro Quintaes vai tentar repetir o campeonato de 1995 quando ele assinou o desfile que garantiu o primeiro acesso da Porto da Pedra para o grupo especial. Para isso, vai apostar nas cores da escola e da Amazônia.
"Eu absorvi muito vermelho e preto. A escola tem o vermelho então eu trouxe essa coisa indígena do vermelho e preto do Orucum com muito cobre por conta das maquinas do Júlio Verne dos Incas dos povos latinos e combina com um carro alegórico que passa pelo folharal pelos personagens da floresta, que também combina com o carro alegórico político. Eu falei para o presidente que a escola não pode não se posicionar num enredo falando de Amazônia sem ter o olhar político o olhar crítico”, disse o carnavalesco Mauro Quintaes.
"Plasticamente a Porto da Pedra está nos seus melhores momentos. Vai passar muito bem eu tenho certeza que vai ser um grande desfile. Eu não digo uma surpresa mas que vai ser um grande prazer assistir o desfile da Porto da Pedra", complementou Mauro Quintaes.
*Sob supervisão de Christiano Pinho